Mistura de álcool e direção cai 31% na Capital

Com aplicação rígida da Lei Seca, em 2012, o percentual de adultos que admitem beber e dirigir em Campo Grande teve queda de 31,5%, acima da média nacional. É o que mostra a mais recente pesquisa do Ministério da Saúde. No ano passado, 7,6% da população da cidade disseram que dirigiam após o consumo de qualquer quantidade de álcool, contra os 11,1% do ano de 2012. Os homens (13,7%) continuam assumindo mais a infração do que as mulheres (2,1%) da Capital.

Segundo Elídio Pinheiro Filho, diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), os números são o resultado da fiscalização e significa o começo da conscientização das pessoas em relação ao problema. “As pessoas estão vendo que realmente a legislação está funcionando. Além da multa, elas têm medo de ir presas”, comentou.

Ainda conforme o diretor- -presidente da Agetran, haverá mais ações para que esse número caia ainda mais. “Vamos fazer parceria com taxistas e mototaxistas para aumentarem a circulação a noite e facilitar o acesso dos motoristas a esses serviços, principalmente em regiões com bares. Tudo isso vai melhorar o trânsito. Esperamos que essa curva seja sempre ascendente para que pessoas se conscientizem do perigo de uso das bebidas e o volante”, explicou.

Nas 27 capitais estudadas pela pesquisa, 5,5% dos indivíduos referiram conduzir veículos após o consumo de bebidas alcoólicas contra 7% em 2012 – uma queda nacional de 21,5%. Assim como foi constatado em Campo Grande, a proporção nacional é maior entre homens (9,8%) do que entre mulheres (1,8%). Apesar disso, desde o endurecimento da lei seca menos homens têm assumido os riscos da mistura álcool/direção, na média das 27 capitais pesquisadas: a queda foi de 22,2%, entre 2012 e 2015, na população masculina.

De acordo com a pesquisa de 2015, 8,7% da população de 25 a 34 anos admitem beber e dirigir. O número é duas vezes maior do que o registrado na população de 18 a 24 anos e quatro vezes maior do indicado em homens e mulheres de 65 anos ou mais. Outro índice importante é o nível de escolaridade: a pesquisa detectou que, quanto maior o grau de instrução, maior é o número de pessoas que assumem o risco.

Os dados são da pesquisa Vigitel 2015 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que realizou mais de 54 mil entrevistas nas capitais dos 26 Estados e no Distrito Federal. O levantamento é feito anualmente, desde 2006, pelo Ministério da Saúde. Os dados são coletados e analisados por meio de uma parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da USP (Universidade de São Paulo).

* O Estado Online

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