Obra com 160 apartamentos em condomínio popular dará fim à praça improvisada

Ao todo, no terreno serão construídos 160 apartamentos

Obra com 160 apartamentos em condomínio popular dará fim à praça improvisada Terreno utilizado como praça improvisada, onde será construído o condomínio (Foto: Paulo Francis)

Construção de condomínio popular vai mudar o bairro e dará fim à praça improvisada feita pelos moradores do Parque Novos Estados. O terreno usado como área de lazer fica no quadrilátero que envolve a Avenida Nosso Senhor do Bonfim e ruas Guanambi, Marquês de Herval e Caldeiras.


O terreno possui várias árvores frutíferas que foram plantadas por moradores da região, mas de resto a vida é rara no terreno. A única construção já foi depenada e não tem mais portas ou janelas. A iluminação é feita por alguns postes enferrujados, com fios dependurados.


Mas o projeto promete mudar completamente o cenário. No terreno, serão construídos 160 apartamentos do Condomínio Nova Bahia, unidades habitacionais entre 39 e 42 m². O processo de escolha da empresa que vai fazer o prédio está em andamento, por meio de um chamamento público.


“Cada apartamento é composto por sala, 1 dormitório de casal, 1 dormitório para duas pessoas, cozinha, área de serviço e banheiro. Não foi estabelecida a área mínima dos cômodos, deixando aos projetistas a competência de formatar os ambientes. Não há imagens de projetos a serem divulgados, visto que o chamamento publicado serve justamente para que as empresas apresentem projetos arquitetônicos a serem selecionados”, informou por meio de nota a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários).


Apesar da grama alta, o professor Vagno Lopes, de 51 anos, conta que a construção do condomínio no local da praça improvisada já está em discussão entre os moradores. Mas mesmo com a decisão tomada, ainda há quem prefira a praça.


“A gente tem feito um esforço muito grande para manter a praça arborizada e futuramente vai ser bom para todos nós. Erguer um condomínio aqui significa derrubar tudo isso e tirar um pouco também daquilo que nós estamos tratando como praça”, pontuou.


O apego é porque os vizinhos investiram até em aterramento do terreno que era uma "cratera" e há uma força-tarefa para preservar o local limpo.


“Aqui na frente tinha um baita buracão, eu chamei um cara que é amigo meu, que tem uma pá carregadeira e um caminhão, ele foi trazendo terra e colocando aqui para nivelar. O mato está um pouquinho alto porque está crescendo por causa da chuva. Aqui não é abandonado de jeito nenhum, até porque nós não deixamos. Periodicamente a gente faz um trabalho de recolhimento de garrafas plásticas”, contou.


No imóvel abandonada na praça, funcionava uma lanchonete, mas com a notícia da construção do condomínio o proprietário fechou o estabelecimento e hoje o prédio é só paredes. “Ele se desesperou e já foi embora, agora os moradores de rua estão tomando conta”.


Já Antônia Batista, de 90 anos, prefere o condomínio. “Se fizer uma praça mesmo, com balanço e outras coisas, vai acabar trazendo muita bagunça, porque acabam destruindo”, diz pessimista.

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