Partidos ficam refém da indecisão de Zeca e André

Partidos ficam refém da indecisão de Zeca e André

Vinte anos depois de terem se enfrentado em uma eleição histórica na Capital, em que André Puccinelli venceu Zeca do PT por apenas 411 votos, os dois ainda são figuras esperadas no pleito de 2016, mesmo depois de negativas a essa opção. Se o PMDB aguarda até dia 30 uma resposta do seu principal nome para o projeto, a situação não é muito diferente na militância petista. O próprio pré-candidato admite que somente uma movimentação do ‘ex-governador’ poderia fazê-lo mudar de opinião.

“Se o Zeca decidir que será candidato muda tudo, porque o Zeca é o Zeca. Uma liderança histórica, que com certeza é a nossa figura de maior destaque, por tudo que realizou no governo do Estado, na sua luta pela justiça social e valorização ao servidor público. Mudando de ideia, eu mudo também, mas isso só com ele, pois eu já conversei bastante com quem eu poderia concorrer”, diz o vereador Alex do PT, que foi lançado na sexta-feira (24) como pré-candidato petista à prefeitura de Campo Grande.

Reconsiderando a resistência de concorrer, Zeca ajudaria o PT consideravelmente a fechar alianças, coisa que Alex por hora não emplacou. Na esteira do ‘grande nome’ viria pelo menos a parceria com PHS, PDT e PC do B, as duas últimas siglas que já garantiram a ideia de lançar chapa pura de vereadores e também candidato na majoritária. O ex-governador petista, em 2015, mostrou intenção de concorrer no pleito, com ou sem Puccinelli, só que desistiu do projeto em fevereiro, deste ano, oferecendo apoio a Ricardo Ayache, do PSB, que posteriormente também desistiu. A reportagem tentou, contudo não conseguiu localizar Zeca para saber as chances dele se manter apenas como um cabo eleitoral na campanha.

Sim do 'italiano'

As próximas 100 horas prometem ser de apreensão para os partidos que já lançaram pré-candidaturas de chapa majoritária, por conta do mistério criado por André Puccinelli a respeito da sua participação nas eleições deste ano. O barulho deve ser tão grande com a entrada do ‘italiano’ no pleito que até aliados do PSDB, com indicação do vice no projeto de Rose Modesto, admitem que poderiam repensar diante de uma ‘nova conjuntura positiva’.

“O PR sabe do que Campo Grande precisa e por isso indicou o Cláudio Mendonça para o executivo, que é uma pessoa entendida em gestão. Se não houver um choque de administração será impossível retirar a prefeitura do caos que ela se encontra. Estamos com a Rose, só que a política é como nuvem e se houver um projeto mais positivo poderíamos mudar. Toda mudança é para melhor”, conta o único vereador do PR, que em todos os seus mandatos na Câmara Municipal foi eleito em coligações do seu partido com o PMDB. Jamal Salém diz que a expectativa pela decisão de André Puccinelli mexe com a ansiedade de todos e não se restringe apenas ao partido do italiano.

Por meio da assessoria, André Puccinelli informou que vai dedicar as horas que antecedem a coletiva, da quinta-feira (30), para pensar sobre a sua pré-candidatura e que até o anúncio oficial não dirá à imprensa o seu ‘sim’ ou ‘não’ para o convite feito pelo PMDB.

Até o momento, o PSB é o único partido que propõe fazer uma aliança com os peemedebistas nas eleições, porém uma articulação em torno do ex-governador deve ampliar a base de parcerias. Desde 1996, quando o italiano venceu Zeca, os peemedebistas concorrem encabeçando coligações com mais de dez partidos.

*O Estado Online

Mais lidas