De esquenta na Viana a trio elétrico, Pantaneta é baú de histórias

Com a chegada da Pantaneta 2022, turma lembra melhores momentos da micareta que agitava Aquidauana

De esquenta na Viana a trio elétrico, Pantaneta é baú de histórias Maior micareta do Estado, Pantaneta é festa que une a turma em Aquidauana.  (Foto: Arquivo pessoal)

Depois de dois anos, a micareta mais famosa de Mato Grosso do Sul retorna em outubro com Araketu e Parangolé. A Pantaneta, que começou em 1997 em Aquidauana, marcou a juventude de muitos moradores que organizavam blocos, iam em grupo de amigos para curtir a festa e viam a cidade toda entrar no clima do carnaval fora de época.

O Lado B conversou com algumas pessoas que frequentaram as primeiras e últimas edições da micareta para saber as principais lembranças da época. Neste ano, a Pantaneta acontece nos dias 21 e 22 de outubro na avenida que leva o mesmo nome do evento.

Em agosto de 1997 ocorreu a primeira edição da Pantaneta com a presença de atrações nacionais, como a banda Cheiro de Amor, Márcia Freire, Ricardo Chaves e Xexéu do grupo Timbalada.

Na época, Max Sander de Oliveira Gonçalves tinha 11 anos quando frequentou a primeira de muitas edições que viria a participar. Hoje, aos 36 anos, ele recorda o movimento nas ruas e a animação compartilhada com amigos e familiares.

“Fui em todas as edições desde a primeira. Lembro que lotou a cidade de turista e eu fui com amigos e minha mãe. Ficávamos durante a noite na avenida e durante o dia íamos para a panificadora Viana. Fechavam as ruas do centro da cidade para os foliões, fazíamos blocos com os amigos e era muito bom”, lembra Max.

No próximo mês, ele garante que ao lado dos amigos irá aproveitar a folia com o bloco Os Piriritas. “Esse ano, depois de 25 anos, é a mesma ansiedade para a chegada da festa. Como fazíamos antes, vamos montar nosso bloco também para curtir a festa que com certeza vai ser um espetáculo”, frisa.

Pantaneta da pipoca ao camarote 

Outra pessoa que tem muita história para contar sobre a Pantaneta é a Nivea Larson, de 44 anos. Ela frequentou a micareta sul-mato-grossense de 1997 a 2001. A princípio, Nivea ia de ‘pipoca’, ou seja, sem abadá e sem acesso ao famoso camarote. Após começar a trabalhar, a alegria dela foi conseguir comprar o primeiro abadá.

Ela comenta que o evento movimentava Aquidauana e surpreendia pela estrutura única. “A Pantaneta era um evento único na minha época, porque a gente era jovem e todas as vezes que íamos era muito bom. Naquela época era esplendoroso, enorme e de uma magnitude incrível. A cidade inteira lotava e a gente via um engarrafamento enorme para chegar na Avenida Pantaneta”, fala.

A chegada dos trios, segundo Nívea, também é outro momento memorável. Nas ruas, o pessoal parava tudo para ver os caminhões carregados de aparelhos de som.  “Sempre aquela agitação por conta dos trios elétricos que chegavam na cidade. As pessoas quando viam ficavam deslumbradas, porque a gente não conhecia, não sabia como era. A juventude ficava eufórica. Aquidauana tinha muita república por causa da UEMS e a gurizada ficava polvorosa para poder participar”, pontua.

Após os shows, o encerramento do evento ficava por conta de uma brincadeira do corpo dos bombeiros. “No final das festas o corpo de bombeiros jogava água no público, era muito bom. Eu particularmente não tenho o que reclamar da Pantaneta. Além de trazer alegria trouxe muito rendimento financeiro para Aquidauana, porque os ambulantes vendiam tudo”, relata.

Para Gabriela Branches a edição mais marcante foi a última, que trouxe Leo Santana, Banda Eva, Matheus e Kauan e Bárbara Labres. Depois de 10 anos sem a festa, o retorno na visão dela foi algo especial. “A Pantaneta que mais me marcou foi a de 2019, porque fazia muitos anos que não tinha. O projeto voltou, então marcou muito porque o ano todo esperávamos a data que ia ter a Pantaneta. Então, em 2019, foi muito emocionante e ainda com o show do Leo Santana que foi incrível”, ressalta.

Nas primeiras edições, Gabriela conta que via as ruas serem tomadas por turistas. Antes dos shows, o público realizava o ‘esquenta’ para a Pantaneta. “Movimentava a cidade inteira, vinha gente de São Paulo e do Brasil inteiro. A galera se reunia no centro da cidade na frente de uma padaria nas primeiras Pantanetas. Fechavam a rua inteira, ficava com som à tarde fazendo aquele esquenta para ir depois para a avenida”, fala.

Durante os dias de festa, conforme Gabriela, os moradores vivenciam uma folia como se estivessem na Bahia. “Na avenida era igual um carnaval da Bahia, então pra gente do interior era uma coisa muito diferente a questão do trio elétrico e dos abadás de cor diferente”, comenta.

Agora, ela está na expectativa para a edição deste ano. “Depois da pandemia tem todo um significado para ela voltar. É a maior festa do nosso Estado, que mais teve repercussão no Brasil inteiro, que muita gente conhece e agora para essa está todo mundo muito ansioso”, conclui.

Pantaneta 2022 - Com ingressos à venda para o setor do camarote e bangalô, a festa ocorre nos dias 21 e 22 do próximo mês. Nas datas, as atrações nacionais que sobem ao palco, respectivamente, são os grupos Parangolé e Araketu. Com exceção dos lugares reservados, o público também pode acompanhar os shows de forma gratuita.

Os convites estão disponíveis para compra no link