Eletrobras tem prejuízo de R$ 10,4 bi no 4º tri com baixa contábil

Eletrobras tem prejuízo de R$ 10,4 bi no 4º tri com baixa contábil

A Eletrobras registrou prejuízo líquido de 10,44 bilhões de reais no quarto trimestre, ante resultado negativo de 1,14 bilhão de reais no mesmo período do ano anterior, impactado pelo reconhecimento de baixas contábeis em ativos, principalmente a usina nuclear de Angra 3, informou a estatal na noite de quarta-feira.

A companhia, que atua em geração, transmissão e distribuição de energia, reconheceu impairments (baixas contábeis) de 2,61 bilhões de reais, sendo 2,53 bilhões em Angra 3, que teve as obras paralisadas recentemente. Além disso, a companhia registrou provisões de 9,39 bilhões de reais, principalmente devido a contingências judiciais e passivo a descoberto em subsidiárias.

A provisão para contingências judiciais somou 5,54 bilhões de reais, e houve ainda provisões referentes ao risco hidrológico na subsidiária Eletronorte e para créditos de liquidação duvidosa.

No terceiro trimestre, a estatal havia tido prejuízo líquido de 4,22 bilhões de reais, influenciado também por uma baixa nos valores da usina nuclear de Angra 3, no montante de 3,4 bilhões de reais.

A baixa no valor de ativos ocorre após a obra da usina de Angra 3 ter parado -- os contratos de construção e montagem eletromecânica foram suspensos junto aos fornecedores --, em meio a investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que aponta suposta propina em licitações do empreendimento.

De outubro a dezembro, a receita operacional líquida da Eletrobras totalizou 7,86 bilhões de reais, baixa de 19% frente o mesmo período do ano anterior. Na comparação com o terceiro trimestre, a receita teve redução de 0,5 por cento.

No consolidado de 2015, a estatal apresentou um prejuízo líquido atribuído aos controladores de 14,44 bilhões de reais, ante prejuízo de 3 bilhões de reais no ano anterior.

Lava Jato - Em seu balanço, a Eletrobras afirmou que não foram refletidos impactos referentes às investigações de corrupção da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

A companhia disse que, após ter empreendimentos como Angra 3 e Belo Monte citados na imprensa como possivelmente envolvidos em corrupção, contratou o escritório Hogan Lovells para conduzir uma investigação que ainda está em andamento.

(Com Reuters)