Globo de Ouro tem vitória de ‘O Regresso’ em cerimônia maçante

Globo de Ouro tem vitória de ‘O Regresso’ em cerimônia maçante

Conhecido por surpreender em suas escolhas, o Globo de Ouro não foi diferente em 2016. No prêmio mais importante da noite, o de melhor filme dramático, esperava-se que o embate fosse principalmente entre Spotlight - Segredos Revelados e Mad Max: Estrada da Fúria. Mas quem acabou levando o troféu mesmo foi O Regresso, novo trabalho de Alejandro González Iñárritu, que também foi premiado com a estatueta de melhor diretor. O longa ganhou, ainda, o prêmio de melhor ator em filme dramático, entregue a Leonardo DiCaprio, que interpreta um caçador que é atacado por um urso e abandonado à própria sorte pelos companheiros em uma floresta. No Brasil, a produção estreia somente em 21 de janeiro.

Com muitas categorias a serem contempladas durante a noite, o Globo de Ouro, com três horas de duração, geralmente é esquemático. O mestre de cerimônia - neste ano o britânico Ricky Gervais - chama os apresentadores de cada prêmio, que anunciam os concorrentes e, logo em seguida, o vencedor. O ganhador sobe ao palco, faz um discurso rápido, desce, o mestre de cerimônia volta e tudo acontece outra vez. Não dá tempo, como no Grammy ou no Oscar, para performances de cantores ou piadas mais longas para entreter o público. Em 2016, a festa transcorreu sem grandes momentos tanto de Gervais quanto dos vencedores, e conseguiu ser ágil e um tanto entediante ao mesmo tempo.

De modo geral, os troféus foram bem divididos entre os concorrentes do cinema, com poucos filmes ganhando mais de um. As exceções ficaram por conta de O Regresso, Perdido em Marte (melhor filme cômico ou musical e melhor ator em filme cômico ou musical para Matt Damon) e Steve Jobs (melhor roteiro e melhor atriz coadjuvante para Kate Winslet). Na categoria de atriz em filme dramático a vencedora foi Brie Larson, por O Quarto de Jack, já em filme cômico a estatueta foi para Jennifer Lawrence, por Joy: O Nome do Sucesso. Sylvester Stallone levou para casa seu primeiro Globo de Ouro ao ganhar o de melhor ator coadjuvante por Creed: Nascido para Lutar.

Em melhor animação, sem surpresa, ganhou Divertida Mente, e em filme estrangeiro o troféu foi para o húngaro O Filho de Saul. Na categoria de trilha sonora original, o vencedor foi Ennio Morricone, por seu trabalho em Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino, e em melhor canção original a premiada foi a música-tema Writing's on the Wall, de 007 Contra Spectre, entoada por Sam Smith.

Televisão ­- Nas categorias de televisão, uma tristeza para o Brasil: Wagner Moura não levou o prêmio de melhor ator dramático por Narcos, com a estatueta ficando para Jon Hamm por Mad Men. Não foi exatamente uma surpresa, já que o americano realmente era um dos favoritos após sete excelentes temporadas como o intrigante Don Draper na série da AMC, mas, ainda assim, foi uma pena. Desde 1999 o país não tinha um ator indicado a um Globo de Ouro - naquele ano, Fernanda Montenegro concorreu a melhor atriz por Central do Brasil, e também não ganhou.

Narcos também havia sido indicada a melhor série dramática, mas não venceu. O ano de 2016, aliás, não foi da Netflix na premiação - o serviço de streaming não levou nenhuma estatueta. Nessa categoria, a premiada foi Mr. Robot, que era favorita e também ganhou em melhor ator coadjuvante para Christian Slater. Em melhor atriz de série dramática a premiada foi Taraji P. Henson, por Empire, e a estatueta de atriz coadjuvante foi para Maura Tierney, por The Affair.

Nas comédias, a vencedora foi Mozart in the Jungle, escolha que realmente surpreendeu, já que esperava-se que o prêmio ficasse com Transparent. A série do serviço de streaming da Amazon ainda ganhou o troféu de melhor ator em série cômica ou musical para Gael García Bernal, outra vitória inesperada. Em melhor atriz, venceu Rachel Bloom, da série musical Crazy Ex-Girlfriend.

Nas minisséries, o Globo de Ouro mostrou seu lado pop ao esnobar Kirsten Dunst, de Fargo, e premiar Lady Gaga por American Horror Story: Hotel. A vencedora de melhor minissérie ou telefilme foi a britânica Wolf Hall e o troféu de melhor ator em minissérie ficou com Oscar Isaac, de Show Me a Hero. (Fonte: Veja.com)