Wada altera norma sobre Meldonium e atletas poderão ser perdoados por doping

Wada altera norma sobre Meldonium e atletas poderão ser perdoados por doping

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou nesta quarta-feira que atletas flagrados no doping pelo uso do medicamento cardiovascular Meldonium poderão escapar de suspensão, em razão da falta de certeza sobre quanto tempo leva para a substância deixar o corpo. Segundo a Wada, será tolerada a presença de menos de um micrograma de meldonium em amostras de exames antidoping realizados em esportistas antes de 1º de março.

Assim, a Wada declarou que suspensões provisórias, como a da tenista Maria Sharapova, poderão ser canceladas, o que liberaria diversos atletas a participar dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Ao todo, 127 testes positivos para Meldonium foram registrados desde que a substância foi proibida pela Wada, em 1º de janeiro. Os nomes dos atletas anistiados não foram divulgados até o momento.

Em um comunicado enviado às agências nacionais antidoping e às federações internacionais esportivas, a Wada explicou que "existem dados limitados" sobre o tempo que leva para o corpo estar "limpo", sem o Meldonium.

Tudo dependerá, portanto, da concentração da substância encontrada nos exames antidoping. "Nos casos de exames de doping que contenham menos de 1 micrograma de Meldonium e tenham sido realizados até 1º de março, eles serão equiparados com as ocorrências com esta droga que ocorreram antes de 1º de janeiro", explicou a Wada em seu comunicado.

O Meldonium, também conhecido como Mildronato, é uma substância produzida na Letônia para melhorar fluxo sanguíneo e que ajuda a aumentar a resistência, sendo mais comum em países do Leste Europeu e que fizeram parte da União Soviética.

Na Rússia, que concentra vários dos casos de doping envolvendo a substância, é formalmente recomendado para problemas cardíacos e era bastante utilizado por atletas de diversas modalidades. O Ministério dos Esportes russo, que admitiu que 40 desportistas foram flagrados em exames, celebrou a decisão da Wada, apontada como "imparcial" e "objetiva.

(com Estadão Conteúdo e EFE)