Com Adriane e Lidio fora, Delcídio será o presidente estadual do "Mais Brasil"

Com Adriane e Lidio fora, Delcídio será o presidente estadual do "Mais Brasil" Delcídio do Amaral é o atual presidente do PTB e já teria sido escolhido para comandar a nova sigla - Foto: Arquivo

Com as saídas do Patriota da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, no dia 1º de junho, para se filiar ao PP, e do marido dela, deputado estadual Lidio Lopes, quando for oficializada a fusão partidária da sigla com o PTB, o ex-senador Delcídio do Amaral será o presidente estadual da nova legenda que surgirá: o “Mais Brasil”.


Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o processo de homologação do novo partido seguiu, na sexta-feira (26), para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e deve retornar ainda na primeira quinzena de junho, para que seja deferido pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


No entanto, antes disso, os órgãos de direção nacional do Patriota e do PTB deverão elaborar projetos comuns de estatuto e de programa.


Depois, os órgãos nacionais de deliberação das duas legendas em processo de fusão votam, por maioria absoluta, os projetos e elegem o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo partido originado.


Ainda conforme apurou a reportagem, com a autorização da PGR, os recursos do Fundo Partidário bloqueados serão liberados e será possível dar continuidade aos trâmites legais exigidos pelo TSE para a homologação do “Mais Brasil”.


Porém, as lideranças nacionais do PTB e do Patriota já iniciaram o processo de construção partidária para que a nova legenda possa lançar candidatos nas eleições municipais do próximo ano.


A princípio, o PTB ficará com as presidências estaduais de 13 unidades da Federação, enquanto o Patriota ficará com 14. No caso de Mato Grosso do Sul, o “Mais Brasil” ficará sob o comando de Delcídio do Amaral. 


O Correio do Estado apurou que, independentemente de o deputado estadual Lidio Lopes permanecer ou não no “Mais Brasil”, a presidência do diretório da nova sigla em Mato Grosso do Sul será do ex-senador e atual presidente estadual do PTB.


De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, o presidente nacional do Patriota, Ovasco Roma Altimari Resende, entende que, em função dos projetos estabelecidos para essa fusão e para as próximas eleições municipais, ficaria melhor o comando nas mãos de Delcídio do Amaral.


Portanto, com o deferimento da fusão do PTB com o Patriota pelo TSE, caberá a Delcídio do Amaral a função de estruturar o “Mais Brasil” em Mato Grosso do Sul de olho nas eleições municipais de 2024, quando a nova sigla pretende lançar candidatos a prefeito e a vereadores nas principais cidades.


MOTIVO DA FUSÃO


Para driblar a cláusula de barreira imposta pela legislação eleitoral, o PTB e o Patriota decidiram se juntar após as eleições do ano passado e fazer acordo de fusão, aguardando apenas a homologação do TSE para tornar o novo arranjo oficial, o que deve ocorrer até a primeira quinzena de junho.


Com o processo de fusão, eles vão dar lugar a uma nova legenda, o “Mais Brasil”, que terá como número de urna o 25. Atualmente, o PTB usa o número 14, e o Patriota, o 51.


As duas siglas decidiram se juntar logo após o primeiro turno das eleições de 2022, quando não atingiram sozinhas o número mínimo de parlamentares eleitos na Câmara dos Deputados nem a votação mínima exigida para superar a cláusula de desempenho. 


O Patriota elegeu quatro deputados federais, e o PTB apenas um, mas atendeu o piso mínimo de votos. Embora mesmo juntos não atinjam 11 parlamentares eleitos, eles conseguem somar 2% dos votos válidos no Brasil, outra opção válida para cumprir a cláusula de barreira.


O Patriota surgiu em 2011 como Partido Ecológico Nacional (PEN) e só adotou o novo nome em 2017. Dois anos depois, em 2019, incorporou o Partido Republicano Progressista (PRP) para superar as exigências de desempenho previstas para as eleições de 2018. 


Agora, o Patriota vai se unir ao PTB, cuja origem remonta ao trabalhismo e à Era Vargas, mas que passou a ser mais conservador a partir dos anos 1980, quando houve um racha na legenda que deu origem ao PDT, de Leonel Brizola. 


Nos últimos anos, o PTB completou a guinada à direita, fez parte da base de apoio do governo do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e até mudou suas cores, preto, vermelho e branco, para as da bandeira do Brasil.


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