Líder do Brexit, Boris Johnson anuncia que não irá concorrer a primeiro-ministro

Líder do Brexit, Boris Johnson anuncia que não irá concorrer a primeiro-ministro

O ex-prefeito de Londres Boris Johnson, favorito para assumir o cargo de primeiro-ministro, anunciou nesta quinta-feira que não será candidato a suceder David Cameron à frente do governo e do Partido Conservador. Assim, supreendentemente, Johnson desistiu de enfrentar seu velho aliado e a considerável parte de um partido que o desaprova por ter acabado com a carreira de Cameron.

Johnson foi o principal nome da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia e foi tratado pela mídia britânica como o "grande vencedor" do referendo. "Depois de consultar meus colegas e diante da situação no Parlamento, eu não posso ser esta pessoa", declarou em um discurso em Londres, após enumerar os desafios esperados do novo líder britânico, que assumirá o posto com a renúncia de Cameron.

O registro de concorrentes a primeiro-ministro fechou ao meio-dia de hoje, no horário local (8h no horário de Brasília), com o anúncio de última hora das candidaturas do ministro da Justiça, Michael Gove, defensor do Brexit, e da ministra do Interior, Theresa May, partidária da permanência na UE.

O anúncio de que Gove iria entrar na corrida surpreendeu os membros do Partido Conservador, já que até a manhã de hoje era tido como certo que ele iria apoiar Johnson. Em um comunicado oficial, o ministro declarou que concorrerá porque "chegou à conclusão de que Boris não consegue oferecer a liderança necessária ou construir um time para a tarefa que virá pela frente", ou seja, de conduzir a saída da UE. A desistência de Johnson ocorreu poucas horas após o anúncio de Gove, o que pode significar que teve um grande papel na decisão do líder do Brexit de deixar a concorrência.

Os outros candidatos à liderança do partido e do Reino Unido são a ministra de Energia, Andrea Leadsom, partidária do Brexit, o secretário do Trabalho e das Pensões, Stephen Crabb, apoiador da permanência na UE e o ex-ministro da Defesa, Liam Fox, defensor da saída. Como há mais de um candidato, os deputados elegerão dois finalistas. Ambos serão, então, submetidos ao voto dos 150.000 afiliados do Patido Conservador e, no dia 9 de setembro, será conhecido o novo líder britânico.

*Com Reuters e AFP