Justiça coloca processo em sigilo e vereador aguarda julgamento para definir futuro

Foto: Izaias Medeiros/Câmara Justiça coloca processo em sigilo e vereador aguarda julgamento para definir futuro

Os processos que investigam desvio milionário em Sidrolândia, na Operação Tromper, foram colocados em segredo de justiça, com acesso aberto apenas para os advogados dos envolvidos no escândalo de corrupção que levou o vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), e mais sete para a prisão.


A movimentação ocorre  três dias antes do julgamento, pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, do habeas corpus para liberdade do vereador da prisão. Claudinho conseguiu a liberdade após 23 dias, por decisão monocrática de José Ale Ahmad Netto.  Agora, a decisão será tomada em conjunto pelos desembargadores Ruy Celso Barbosa Florence, Luiz Gonzaga Mendes Marques, Carlos Eduardo Contar e o próprio José Ale Ahmad Netto.


O vereador ganhou a liberdade no dia 26 de abril, mas não retornou para Câmara de Campo Grande, onde apresentou um atestado médico de 30 dias. Havia, principalmente dentro do PSDB, a expectativa de que ele renunciasse ao mandato, o que não aconteceu.


Lideranças tucanos acreditam que a decisão do vereador, de continuar no mandato, dependerá da definição do Tribunal de Justiça, na próxima segunda-feira, que pode, inclusive, tirar a tornozeleira eletrônica, evitando constrangimento maior para o vereador em possível participação nas sessões.


Em nota divulgada após a prisão, o vereador negou intenção de renunciar. “Após 23 dias de uma grande turbulência que afetou negativamente minha vida pessoal, familiar e principalmente meu aspecto emocional, entendi ser importante seguir as recomendações médicas e pedir licença das atividades parlamentares para tratamento da minha saúde. Nos próximos dias irei me dedicar ao reestabelecimento da minha saúde emocional para que possa retornar com a maior brevidade possível ao exercício do mandato parlamentar de forma atuante e aguerrida, como é de minha característica”, declarou.


Na decisão monocrática, Claudinho deixou a cadeia com a tornozeleira, mas terá que comparecer mensalmente em juizo para comprovar o endereço atual (deverá trazer cópia do comprovante de residència) e suas atividades; não poderá frequentar bares ou restaurantes e nem locais de aglomeração de pessoas, nem ingerir bebida alcoólica.Também não poderá se aproximar das testemunhas e precisará comparecer a todos os atos processuais dos quais for intimado.