‘Minha voz é a voz de Haddad’, diz Lula em carta

‘Minha voz é a voz de Haddad’, diz Lula em carta

Na véspera da data-limite para que o PT substitua sua candidatura à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta à militância do partido demonstrando o seu apoio e aval ao — por enquanto — vice na chapa. “Minha voz é a voz de Fernando Haddad”, diz um trecho da mensagem.

A carta foi lida pelo ator Sérgio Mamberti durante um evento que reuniu intelectuais, estudantes e políticos ligados ao partido na Pontifícia Universidade Católica (PUC) em São Paulo, na noite desta segunda. Haddad cancelou a ida ao evento, porque estendeu a estadia em Curitiba, onde teve uma longa reunião com Lula na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba.

O ex-prefeito de São Paulo é o favorito para ocupar o lugar de Lula como postulante petista ao Planalto e deve ser oficializado nesta terça. O ex-presidente, condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, teve sua candidatura rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa. O prazo para a troca do cabeça de chapa termina às 19 horas desta terça.

Haddad enviou a esposa, Ana Estela, no seu lugar no evento – ela foi anunciada por petistas como a “mulher do candidato”. Em seu discurso, ela reproduziu uma conversa que teve com Haddad na qual ele falava sobre o sonho de “reconduzir Lula pela rampa do Planalto”.

Na pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira, Haddad deu um salto de 4% para 9%. Atualmente, ele está em empate técnico com Ciro Gomes (PDT), que tem 13%, Marina Silva (Rede), 11%, e Geraldo Alckmin (PSDB), 10%.

‘O presidente escolheu’


Antes da leitura da carta, petistas graúdos reunidos no Tuca, o histórico teatro da PUC, lançaram o nome do ex-prefeito como substituto de Lula. “Nós vamos com Lula até o final, mas o presidente escolheu um representante, que é Fernando Haddad e Manuela”, disse o ex-ministro Aloizio Mercadante em discurso.

A oficialização de Haddad como cabeça de chapa ainda sofre resistência dentro de alas mais radicais do PT, que defendem a tese do “Lula ou nada”. Jornais distribuídos por militantes e cartazes colados nas paredes do teatro pregavam o boicote às eleições devido ao impedimento do ex-presidente.

O grupo que aderiu a Haddad, por outro lado, corre contra o tempo para lançá-lo como candidato de fato, tendo em vista que ele ainda é desconhecido por boa parte da população e que faltam menos de um mês para o primeiro turno. A deputada Manuela D’Ávila, que deve ser oficializada vice no anúncio de amanhã, falou sobre a necessidade de agilizar a campanha. No texto de sua carta, Lula conclamou a militância a sair às ruas para fazer campanha. “Minha alegria é saber que meu coração está presente no Tuca, batendo dentro do coração de vocês.”

*Veja

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