Pré-candidatura de Camila Jara pode ser a próxima a "naufragar" na Capital

Com o nome da deputada federal não decolando, cresce a pressão para que o PT faça aliança com Rose Modesto

DIVULGAÇÃO Pré-candidatura de Camila Jara pode ser a próxima a "naufragar" na Capital A deputada federal Camila Jara é a pré-candidata do PT a prefeita de Campo Grande no pleito deste ano

Depois das desistências das pré-candidaturas à Prefeitura de Campo Grande do deputado estadual Coronel David (PL), do vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, e do deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) – via executiva estadual da legenda –, a próxima a abandonar a disputa pode ser a deputada federal Camila Jara (PT).


Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, a queda de popularidade do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicada pelas pesquisas acendeu uma luz de alerta na executiva nacional do partido, que tem consultado políticos e marqueteiros sobre como melhorar a imagem da maior figura da legenda.


Inclusive, o presidente Lula se reuniu com dirigentes do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT e, ao tratar do cenário político polarizado, avaliou as negociações em curso sobre as candidaturas municipais.


A ordem é para o PT ceder a cabeça de chapa a partidos aliados no maior número possível de capitais e cidades com mais de 100 mil eleitores – no caso de Mato Grosso do Sul, Campo Grande e Dourados. Como contrapartida, essas legendas devem apoiar a candidatura de Lula à reeleição em 2026.


De acordo com apuração da reportagem, as pesquisas encomendadas pelo PT para saber o desempenho de Camila Jara junto ao eleitorado campo-grandense já começaram a entregar os resultados e, infelizmente para a parlamentar, a intenção de votos caiu.


Dessa forma, dependendo dos resultados dos levantamentos que ainda faltam, a tendência é de que Camila Jara tenha de anunciar a desistência da pré-candidatura a prefeita de Campo Grande para que o PT busque uma aliança com a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).


A escolha por apoiar Rose Modesto é a melhor para o partido pelo fato de a ex-deputada federal ser a atual superintendente do Desenvolvimento do Centro-Oeste, ou seja, ela ocupa um cargo federal no governo de Lula.


O impasse, porém, é que a ala ligada ao deputado federal Vander Loubet e ao deputado estadual Zeca do PT defende que o partido indique o vice na chapa de Rose Modesto, e o nome preferido é o do deputado estadual Pedro Kemp.


No entanto, conforme as fontes ouvidas pelo Correio do Estado, resta saber se a pré-candidata do União Brasil considera interessante ter como vice uma indicação do PT ou se seria melhor apenas contar com o apoio do partido, sem a indicação do vice.


Procurada pela reportagem, Camila Jara disse que essa orientação da executiva nacional do PT não é nova.


“As capitais onde esses acordos poderiam ser costurados já foram acertadas. Ou onde os pré-candidatos não foram anunciados pela nacional, como é o caso de Curitiba [PR]”, declarou, excluindo Campo Grande dessa possibilidade.


No fim do mês passado, após ruídos internos sobre o fato de o PT lançar ou não candidatura própria para o cargo de prefeito da Capital, os protagonistas da questão – Vander, Zeca e Camila – chegaram a um consenso de que será melhor para a sigla a manutenção da candidatura própria, mantendo, dessa forma, o nome de Camila Jara como postulante ao cargo de prefeita.


“Acho que nós fizemos aqui um entendimento importante, juntando as duas ideias. A pré-candidatura da deputada Camila, que é uma jovem importantíssima, como as pré-candidaturas que vamos lançar no interior, demonstra que não queremos ser mais tratados como anexo, como puxadinho de nenhum outro partido. Por isso viemos aqui hipotecar total apoio à pré-candidatura da companheira Camila”, afirmou Zeca na época.


O Correio do Estado também procurou Rose Modesto e, para ela, a deputada federal Camila Jara é a candidata do PT à Prefeitura de Campo Grande.


Questionada sobre a possibilidade de o partido indicar o vice para sua chapa, ela revelou que essa questão só será decidida mais adiante.


“Primeiro tenho de decidir sobre a minha pré-candidatura a prefeita e, só então, cuidar do resto. Se for mesmo para a disputa, depois vou verificar quais partidos vou conseguir trazer como aliados”, pontuou.


A respeito de um vice do PT, Rose ressaltou que todo apoio conta, porém, “ainda não medi isso, mas, pelo peso das lideranças petistas, sempre soma”.


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