PSDB alega ter sido surpreendido com operação e oposição espera ganhar votos

PSDB alega ter sido surpreendido com operação e oposição espera ganhar votos

Enquanto a bancada do PSDB na Câmara Municipal alega ter sido pega de surpresa e até sofrido armação da oposição, os vereadores de outros partidos acreditam que a campanha eleitoral após a Operação Vostok terá profundas mudanças. As análises dos grupos políticos após o ocorrido com a cúpula do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) diferenciaram bastante na Casa de Leis.

Inicialmente perseguido solitariamente, o petista Airton Araújo disse ser solidário com a situação. “Na política temos que tomar cuidado por estar em uma posição pública. Não entendi até agora porque prenderam o menino [filho do governador]. Não acredito que uma pessoa de bem faça isso. Sou solidário nessas coisas, porque ninguém foi com nós”.

No entanto, ele acredita que o caso pode atrapalhar um pouco. “A política séria está sendo passada a limpo. O PT pode ser g overno do Estado com o que está acontecendo”, ponderou Airton. Quem também viu chances de crescer nas pesquisas é o emedebista Dr. Loester. “Qualquer ato que envolva a palavra corrupção atrapalha um político. Vai refletir muito não só a campanha dele, mas de toda sua bancada. Não tem como tirar do ar o que foi manchete nacional. Vai fundo na consciência do coletivo”.

Segundo ele, o jogo está virando. “Ele usaram muito a prisão do André Puccinelli na campanha e agora estão pagando pela mesma boca. Não tenho dúvidas que agora vamos para o segundo turno. O eleitor consciente vai ver o nosso candidato como a opção. A acusação é muito grave. Mochi passou a ser a bola da vez. Candidato preparado e com mãos limpas”.

Já o vereador Odilon de Oliveira (PDT) afirmou estar triste com o ocorrido. “Entristesse as pessoas, o Estado, a família. Vamos deixar a justiça fazer a parte dela e não comentar nada. É desagradável. Prefiro não fazer discurso em cima disso”, disse o filho do candidato a governador juiz Odilon.

O colega de partido, Ademir Santana, acredita que haverá bastante dificuldade a partir de agora. “Ruim para a política como um todo. O povo não tem mais credibilidade e isso leva a uma abstenção maior nas urnas. Esperamos que a verdade seja esclarecida e a justiça seja feita”.

FATO ANTIGO
O argumento utilizado por todos os tucanos é que a operação se baseou em um “fato antigo”. “Não houve uma matéria nova. O governador sempre esteve à disposição da justiça e estranhamente 20 dias antes da eleição a operação é deflagrada. Tem candidato que falou desde o início que ia levar no W.O. Tem que lembara que a toga dele ficou para trás. É muita coincidência. Ninguém mais aguenta ataques”, disse o vereador João César Mattogrosso.

Delegado Wellington reforçou que é necessário investigar para prender, não o contrário. “De forma estranha, 20 dias antes da eleição é no mínimo suspeito uma ação da oposição. É a velha política de querer ganhar no tapetão. Mas não posso afirmar, por falta de informações suficientes”.

Já o presidente da Casa de Leis, João Rocha, disse acreditar na justiça. “Não conheço o motivo da prisão dele e dos outros. Se teve um ano e meio para isso, estamos surpresos pela operação ocorrer tão próximo da eleição. Não sei se foi esgotado o processo antes de prisão. Mas acredito que não vai atrapalhar nada, porque não tem nenhum fato novo. A campanha vai continuar firme”.

*Correio do Estado

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