O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (4) que o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, “já pegou fogo” e que, embora tenha “Messias” no nome – ele se chama Jair Messias Bolsonaro – não tem “como fazer milagre”.
“Já está feito, já pegou fogo, quer que faça o quê? O meu nome é Messias, mas eu não tenho como fazer milagre”, ironizou Bolsonaro, cujo nome completo é Jair Messias Bolsonaro.
Ele deu a declaração ao ser questionado por jornalistas na saída de uma comissão na Câmara dos Deputados, onde é parlamentar, sobre as propostas para a manutenção do patrimônio histórico do país.
No domingo (2), um incêndio de grandes proporções consumiu todo o interior do prédio do Museu Nacional. O acervo contava com mais de 20 milhões de itens.
Nesta terça, Bolsonaro atribuiu o episódio à indicação política para os cargos de comando do museu.
“A administração toda é de gente filiada ao PSOL e ao PCdoB. A indicação política leva a isso. Os partidos se aproveitam, vendem seu voto aqui dentro [da Câmara] como regra para que a administração seja deficitária e lucrativa para eles, individualmente”, afirmou.
A escassez de verbas federais para a manutenção do museu é apontada pela direção da instituição como a razão para o acontecido.
Segundo dados da consultoria de orçamento da Câmara, o Museu Nacional perdeu pelo menos R$ 336,3 mil no ano passado em relação à verba pública que recebia em 2013. Naquele ano, o museu recebeu R$ 979,9 mil do orçamento dos ministérios da Educação e da Cultura; em 2017, esse valor foi de R$ 643,5 mil.
Indagado sobre a falta de verbas para o museu, Bolsonaro desconversou: “Você não tem dinheiro, paciência. Agora, para mim, é dinheiro para quermesse. Homem nu para criança tocar não falta”, afirmou.
Repórter
Bolsonaro foi ainda questionado por um repórter sobre o motivo de ter compartilhado nesta terça no Twitter um vídeo que mostra uma criança contando que a professora afirmou, em sala de aula, que meninos podem usar saia e brinco e pintar a unha.
Bolsonaro devolveu a pergunta ao jornalista: “Você pintou a unha quando era criança?”
Diante da resposta negativa do repórter, retrucou: “Você tem cara de ter pintado a unha”.
O jornalista disse que Bolsonaro não poderia falar daquela maneira com ele, ao que o candidato respondeu:
“Eu não posso o quê, rapaz? Você pergunta o que quer e eu respondo o que eu quero”.
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