Mr. Catra viveu intensamente seus 49 anos de idade. O músico que ajudou a popularizar o funk para além dos limites das favelas cariocas, era pai de 32 filhos e teve uma trajetória de vida digna de um filme. Aliás, um projeto de uma cinebiografia do cantor estava em andamento em parceria com a produtora Paula Lavigne. Catra já tinha até apontado seu ator favorito para interpretá-lo: Lázaro Ramos.
Confira abaixo outras curiosidades sobre o músico:
Batizado Wagner Domingues Costa, Catra é filho do frentista e passista Manoel Costa e da doméstica Elza Costa, mas é adotado pelos patrões da mãe, o casal Gracy e Edgard Luiz Pinaud, que lhe dão uma vida confortável em um casarão no Alto da Boa Vista, área nobre do Rio de Janeiro. Eles é criado na rua Rua Dr. Catrambi — de onde vem seu nome artístico, Mr. Catra.
É Pinaud que Mr Catra chama de pai a vida toda. “Meu pai me ensinou: antes de ser qualquer coisa, você tem de ser homem. Seja homem. E homem não mente, homem não trai, homem não engana. Homem é justo, é sincero, é respeitador”, diz ele em entrevista ao site M de Mulher, da editora Abril. No Twitter, a cantora Vanessa da Mata publicou a seguinte mensagem sobre a relação de Catra e o pai: “Meu empresário morava no mesmo prédio do pai dele. Um alemão que o adotou e os dois se adoravam. Que ele ia lá todos os dias, levar o pai para dar uma volta e tomar café com ele, com todo carinho!”.
A mudança do morro do Borel para uma vida de classe média possibilita que Catra estude em colégios de elite, caso do Pedro II, onde atua como líder estudantil. Ele conta ser poliglota: domina o inglês, o francês, o alemão, o hebraico e o grego.
Catra entra para o mundo da música nos anos 1980, mas não como funkeiro. Seus primeiros shows são com uma banda de rock chamada O Beco. Ele é guitarrista do grupo.
Catra estuda Direito pela Universidade Gama Filho. Mas abandona a ideia de ser advogado pela música. Na época, já transita com pessoas do meio do funk e, na favela, é considerado um playboy. “O funk é uma crônica do dia a dia, é um movimento cultural que retrata uma fase. É uma escolha de vida. Mas é preciso ter fé, porque o funk é uma bênção de Deus”, diz em entrevista ao M de Mulher.
Catra chega a dizer que se converteu ao judaísmo após uma visita ao Muro das Lamentações. Segundo o cantor gospel Regis Danese, Catra “confessou Jesus como salvador”, atitude inicial para uma pessoa que entra na religião evangélica. Apesar de espiritual, o cantor, contudo, afirmava que não seguia uma fé específica, pois a “religião deixa as pessoas de costas para Deus”.
Pai de 32 filhos com mais de 15 mulheres, Catra mantém três esposas oficiais e diz não ser infiel: todas sabem uma das outras.
Catra adota duas crianças soropositivas em 2013. Ela são sobrinhas de uma funcionária de sua casa. A mãe morreu e ela estava preocupada sobre como criaria as crianças. “Então eu disse: ‘traz pra cá, porque onde comem 30, comem 32”, diz o músico no programa de Luciana Gimenez. “Elas estão bem. O amor cura.”
Ter tantos filhos traz alguns desafios. Entre eles, guardar o nome de todos da prole. Em reportagem do G1, o músico chega a dizer que carrega uma ‘colinha’ com o nome dos filhos, para não errar quando precisa buscá-los na escola.
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