Para desafogar a fila de espera por cirurgias eletivas em Campo Grande, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) investe R$ 6.587.703,56. São 5.268 pessoas que, desde junho deste ano, passam por procedimentos cirúrgicos. Somente em Campo Grande, são 4.858 pacientes e mais 410 nas cidades de Maracaju e Costa Rica. A meta é zerar esse número até dezembro.
Caso não seja possível, a superintendente de Atenção à Saúde da secretaria, Mariana Croda, que também é médica infectologista, afirma que, para 2019, já há previsão orçamentária para a manutenção das cirurgias, mas a continuação dependerá da nova gestão estadual, que decidirá se vai ou não manter o programa.
Segundo ela, ainda não é possível saber quantas pessoas já foram submetidas às operações, até porque os dados, assim como os recursos, são contabilizados e repassados conforme a realização dos procedimentos, mas num processo separado de outras cirurgias previstas em convênios regulares.
Na Capital, três hospitais realizam os procedimentos em sete diferentes áreas. E além de reduzir a fila de espera, um dos propósitos é também atualizar dados e informações dos pacientes cadastrados. Com a triagem, há previsão de que alguns dos que aguardam, muitas vezes por anos para terem acesso ao tratamento de saúde necessário, já tenham realizado ou não precisem mais passar pela cirurgia.
A Santa Casa de Campo Grande está responsável por realizar cirurgias vasculares, ortopédicas de média complexidade e urológicas. Já o Hospital São Julião, também na Capital, realiza cirurgias gerais, oftalmológicas e de ouvido (otorrino). E o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul faz procedimentos ginecológicos.
“Além da fila grande, os hospitais não têm muita capacidade de absorver, pois a urgência acaba tomando conta. Mas cada unidade se organizou, separou salas e em 15 dias devemos ter o resultado desse esforço”, disse o superintendente de relações institucionais da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Antônio Lastória.
Todos os pacientes encaminhados para cirurgia estão cadastrados no Sistema de Regulação (Sisreg).
Conforme Lastória, “no caso da urologia devemos conseguir praticamente zerar a fila, pois são poucos procedimentos aguardando. Já para a área vascular, que opera bastante e tem volume grande de espera também, é mais complicado. A maternidade está com quatro médicos operando e deve fazer entre 540 e 560 procedimentos de ginecologia”, disse Lastória.
O administrador do Hospital São Julião, Amilton Fernandes Alvarenga, explicou que apenas na unidade, que faz em média 600 cirurgias por mês - 100 delas eletivas - devem ser feitas 2 mil cirurgias em aproximadamente 4 meses, ou seja, 500 a mais por mês. “Sempre fizemos as eletivas, mas em quantidade menor, no máximo 100 a cada mês. No caso da oftalmologia atuamos em procedimentos de catarta e pterigo, mas por conta do projeto focamos em operar eletivas de retina, estrabismo e implante de prótese para glaucoma, que normalmente não são feitas por nós”.
A expansão no serviço só foi possível porque com o programa, os hospitais recebem valores extras por procedimento realizado. “Normalmente uma cirurgia de vesícula, por exemplo, custa em média menos de R$ 800 na tabela SUS, para pagar tudo, anestesia, médico e hospital. Agora o governo está oferecendo o dobro do valor. Ainda não é o ideal, para se ter uma ideia no privado o mesmo procedimento custa em média R$ 5 mil, mas com um pouquinho a mais a gente ganha no volume, na quantidade”, explicou Alvarenga.
VALORES
O convênio entre Secretaria de Estado de Saúde (SES) e Sesau tem recursos na ordem de R$ 6.587.703,56, sendo R$ 6.075.384,66 para Campo Grande; R$ 419.903,68 para Costa Rica e R$ 92.415,22 para Maracaju.
Somente para os procedimentos no Hospital São Julião, a previsão é repassar R$ 3.318.167,00, desde julho até dezembro “de acordo com a produção realizada no atendimento aos pacientes e dos procedimentos”, segundo publicação em Diário Oficial do Estado (DOE).
*Correio do Estado
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