Natal, Ano Novo, Carnaval, São João... Não faltam festas tradicionais brasileiras onde os fogos de artifício aparecem. E se depender do prefeito Marcos Trad (PSD), o uso deles em eventos oficiais do município está com os dias contados. Mas por uma boa causa.
Sensibilizado com estudos feitos por ambientalistas pelos prejuízos causados pelos fogos a animais, silvestres e domésticos, Trad prometeu durante publicar até a próxima semana um decreto no Diário Oficial do Município proibindo o uso de pirotecnia em eventos da prefeitura.
Os riscos à saúde dos animais são claros. Além da morte, propriamente dita, pode gerar confusão mental, desorientação, fuga, além de problemas crônicos auditivos.
"Há estudos que comprovam que fogos de artificio podem causar graves danos aos animais. Vamos fazer isso em respeito a eles. Depois do feriado já deveremos estar publicando o decreto", disse Trad, em evento realizado na última semana. Mesmo sem decreto, os fogos já foram banidos de festividades da prefeitura realizadas ultimamente.
A comoção de Trad não foi à toa e vem de um estudo de observação de impacto que começou em 2016 pela professora Simone Mamede, responsável pelo Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo. Conhecida pelo trabalho de observação e fotografia de aves silvestres que habitam o perímetro urbano da Capital, ela detalhou ao prefeito o estudo do impacto da queima de fogos, principalmente nas festas de final de ano na região do Parque das Nações Indígenas, nos altos da Avenida Afonso Pena, região leste da cidade.
"Encontramos aves mortas, como suiriri e bem-te-vi", disse Simone. "No monitoramento da virada do ano de 2017 para 2018, observamos menor riqueza e presença das aves, bem como na área de queima de fogos do Parque. Além disso, detectamos alterações no comportamento das aves, tais como: menor exposição, afugentamento e outros eventos como deserção de ninho por araras-canindés e menor movimentação de voo das espécies em geral. Por ser período de reprodução de muitas aves, muitas espécies estão com ninhos e com os fogos os adultos são afugentados pelo barulho deixando ninhos e filhotes vulneráveis à predação e riscos."
*Correio do Estado
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