Caetano Veloso escreveu um artigo para o jornal americano The New York Times comentando o cenário político do Brasil. Sob o título “Tempos sombrios se aproximam do meu país”, o cantor critica a campanha de Jair Bolsonaro(PSL) à Presidência da República e alerta: “Os brasileiros vão enfrentar uma onda de medo e ódio”.
O cantor atribuiu o avanço de Bolsonaro, “um admirador de Donald Trump com ares de Rodrigo Duterte, o presidente das Filipinas”, a uma série de desfortúnios políticos, entre eles o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, e os escândalos de corrupção que levaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à cadeia.
“Artistas, músicos, cineastas e formadores de opinião viram-se em um ambiente no qual ideais reacionários denigrem as tentativas de superar a desigualdade. As ideias socialmente progressistas tem sido associadas a um pesadelo venezuelano, como se os direitos das minorias fossem responsáveis por corroer os princípios religiosos e morais”, escreveu. “A ascensão de Bolsonaro como uma figura mítica cumpre as expectativas criadas por esse ataque à intelectualidade.”
O músico associa Bolsonaro à onda de violência que tem tomado o país. “Na verdade, nós já vimos o sangue”, continua, lembrando o assassinato do mestre de capoeira Moa, após uma discussão com um partidário do candidato do PSL em Salvador, na Bahia. “Sua morte causou luto e indignação na cidade.”
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