Campo-grandenses madrugaram para garantir os primeiros lugares da fila na Escola Municipal Padre Tomaz Ghirardelli, no bairro Dom Antônio Barbosa, maior colégio eleitoral da Capital com aproximadamente 8,2 mil eleitores. Os portões foram abertos mais cedo, às 07h50, dez minutos antes do previsto, para que todos pudessem se acomodar sem tumulto. De acordo com o promotor eleitoral Marcos Alex Vera, o início das eleições neste segundo turno está tranquilo.
A pensionista Maria do Carmo Santana, de 77 anos, "acordou os guardas". Ela mora na região e foi a primeira a chegar, por volta das 05h30 da manhã. Apesar de não ser mais obrigada a votar em razão da idade, a eleitora acordou às 3 horas, tomou café da manhã e foi para o local, para exercer o direito, conforme ela, pela última vez. "É um sacrifício vir aqui, porque não tem lugar pra sentar", reclamou a mulher, esperançosa. "Temos que melhorar o Brasil e Campo Grande, se não ficam igual a uma favela".
A idosa, que se sente "deixada de lado pelas autoridades", também reclamou da segurança no bairro. "A gente não pode nem deixar a casa sozinha. Tem muito bandido na região". Marisa Martins Pereira, de 36 anos, trabalhadora do lar, chegou por volta das 6 horas com o marido e os dois filhos. Eles moram atualmente nas Moreninhas, mas quando fizeram o cadastro da biometria estavam no Dom Antônio. Em razão da distância, decidiram antecipar a saída.
"Venho porque é obrigação votar", afirmou a eleitora, reclamando do descaso que sofre, principalmente depois que precisou recorrer a benefícios em razão do tratamento de câncer. "Sempre paguei a contribuição do INSS e não consegui nenhum benefício", lamentou.
O casal Paulo Martins e Iracema Martins saiu de Sidrolândia, a cerca de 80 quilômetros e Campo Grande, na sexta-feira, e ficou na casa de familiares. Imaginando que os portões abriram às 7 horas, ele chegou à escola às 6 horas. O objetivo era votar cedo para "passar o resto do dia em churrasco com o filho, acompanhando a apuração".
A expectativa da justiça eleitoral é que as filas sejam menores neste segundo turno, porque, em razão do pequeno número de candidatos, as votações serão mais rápidas. O promotor Marcos Alex lembrou ainda que os mesários já tiveram experiência do primeiro turno, especialmente com a biometria, o que deve contribuir para boa fluidez. Além disso, há reforço policial para garantir o direito pleno exercício do voto.
*Correio do Estado
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