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Clima de velório e declarações de guerra no PT

29/10/2018 às 08h26
Por: Tribuna Popular
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No bunker montado pelo PT em um hotel nos Jardins na Zona Sul de São Paulo, o clima foi do pranto à revolta com a eleição no segundo turno do candidato Jair Bolsonaro (PSL). O resultado adverso já era esperado, mas a militância só começou a sentir o baque quando saiu a pesquisa de boca de urna que mostrava o capitão do Exército com cerca de 10 milhões de votos a mais do que o candidato do PT, Fernando Haddad, o que viria a se confirmar depois com a abertura das urnas.

Antes de sair o resultado oficial, o silêncio imperou na maior parte do tempo no saguão do hotel e só foi rompido quando o coordenador da campanha Paulo Okamotto gritou um sonoro “ganhamos”. Alguns militantes saltaram da cadeira, mas a empolgação durou pouco. Ele se referia à eleição da senadora petista Fátima Bezerra ao governo do Rio Grande do Norte – a única vitória do PT neste segundo turno. A disputa nacional, contudo, já estava decidida.

O silêncio deu lugar ao choro, quando os telejornais começaram a exibir a celebração de apoiadores de Bolsonaro nas praias do Rio de Janeiro. Do lado de fora do hotel, entrava o som de vuvuzelas, buzinaços e fogos de artifício que eram lançados a duas quadras dali, na Avenida Paulista.

Após o pranto, veio o sentimento de revolta que foi vocalizado por dirigentes petistas. “Se ele declarar a guerra mesmo, nós vamos para a guerra. Nas ruas, no parlamento e nas trincheiras”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), reeleito neste ano. O presidente do diretório estadual de São Paulo, Emídio Souza, foi na mesma linha: “Não estamos tratando de um presidente comum, ele chamou o país para a guerra e nós vamos para a guerra”.






Apesar do tom mais ameno no discurso da vitória, Bolsonaro falou na semana passada em “banir da pátria os marginais vermelhos”. “Ou vão para fora ou vão para a cadeia”, disse ele em referência aos seus adversários, o que, obviamente, causou revolta entre os petistas. Ao ouvir que ele pretendia tirar o país do socialismo no pronunciamento de hoje, transmitido pelo Facebook, um integrante da campanha de Haddad se queixou em voz alta: “Olha essa fala. Nem ganhar esse cara sabe”.

Uma reunião da direção do PT foi marcada para esta terça-feira em São Paulo para deliberar sobre uma agenda de ações contra o militar ainda neste ano. Antes, os dirigentes devem consultar o seu líder máximo, o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). Emídio irá já nesta segunda-feira. Haddad, na terça ou na quarta-feira depois de tirar um dia de descanso da campanha.

O único que já anunciou atos concretos contra Bolsonaro foi o coordenador do MTST e candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que saiu do hotel falando em manifestações a serem realizadas nesta semana. “Bolsonaro foi eleito a presidente e não a ditador. Vamos lembra-lo disso”, declarou.

O capitão não era o único alvo de ataques dos petistas. O candidato do PDT Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar na disputa, também foi bastante criticado por não ter declarado o seu voto em Haddad no segundo turno – ele se limitou apenas a pedir um voto contra a intolerância.  “Ele não teve uma postura de líder. Eu entendo a mágoa dele. Mas ele não tomou uma decisão que coloca o país acima de questões pessoais”, afirmou Emídio.

Os petardos contra o ex-governador do Ceará antecipam a disputa que haverá a partir de agora para saber quem liderará a oposição a Bolsonaro no campo da centro esquerda. Ciro recebeu 13 milhões de votos no primeiro turno e o seu partido, o PDT, elegeu uma bancada de 28 deputados, oito mais do que em 2014. Já Haddad perdeu para o candidato do PSL, mas não “de lavada”, como mostravam as primeiras pesquisas do segundo turno – recebeu  47 milhões  de voto e a sua sigla conseguiu a maior bancada da Câmara, com 56 deputados. Tanto um como o outro saem da eleição maior do que entraram. E 2022 já começa a aparecer no horizonte.

*Veja

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