O Brasil voltará a ter um piloto na Fórmula 1 a partir de 2019. O mineiro Sérgio Sette Câmara Filho foi confirmado pela McLaren nesta terça-feira como seu piloto de testes e de desenvolvimento para a próxima temporada. O atleta de 20 anos, filho do atual presidente do Atlético Mineiro, disputa atualmente a Fórmula 2, principal categoria de acesso ao maior campeonato de automobilismo mundial.
“É o meu sonho me tornar um piloto de Fórmula 1. E gostaria de agradecer a McLaren por me dar esta incrível oportunidade. Meu objetivo é me integrar ao máximo com o time e trabalhar o mais perto possível da equipe, ouvir, aprender para me desenvolver como piloto e ajudar a McLaren”, disse o brasileiro, em comunicado divulgado pela equipe britânica.
O piloto já vinha negociando com a tradicional equipe da F1 nas últimas semanas. Com o acerto, ele passará a integrar o Programa de Jovens Pilotos da McLaren. Para tanto, chegará com a experiência de já ter feito parte de projeto semelhante da Red Bull nos últimos anos.
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“Estamos felizes por dar as boas-vindas ao Sergio na McLaren e no nosso programa de jovens pilotos. Estamos acompanhando a sua evolução por algum tempo e acreditamos que ele é um talento promissor, com um verdadeiro potencial. Estamos ansiosos para trabalhar com ele para ajudá-lo a desenvolver suas habilidades enquanto ele atua no suporte a nossas operações de corrida”, declarou o também brasileiro Gil de Ferran, diretor esportivo da McLaren.
Sette Câmara disputa atualmente a F2, em sua segunda temporada na categoria, na equipe Carlin. Ele ocupa o sexto lugar no campeonato e soma sete pódios e uma pole position. O piloto ainda não venceu neste ano, mas comemorou um triunfo em 2017, no tradicional circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica. Antes, competiu na Fórmula 3 Europeia, na Toyota Racing Series e na Fórmula 3 brasileira.
Na McLaren, o piloto não terá Gil de Ferran como único conhecido. Seu atual companheiro de equipe na F2, o britânico Lando Norris, será um dos titulares na próxima temporada, ao lado do espanhol Carlos Sainz Junior. Assim, Sette Câmara tenta seguir os passos de Norris, que vem sendo piloto de testes da McLaren neste ano.
Em 2018, Sette Câmara passou a receber apoio da Lubrax, a linha de lubrificantes da Petrobras, que também é patrocinadora da McLaren. A estatal brasileira, contudo, nega qualquer influência na escolha dos pilotos do time. “A decisão sobre a contratação de pilotos é realizada de forma autônoma pela própria McLaren”, informou a assessoria da Petrobrás.
Na Fórmula 1, o brasileiro deve ganhar a chance de participar de treinos livres das etapas da temporada, assim como pode estar nos testes de pré e intertemporada. Mas não poderá disputar uma corrida enquanto não obter a chamada Superlicença, uma exigência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA, na sigla em francês) para os novatos na categoria.
É uma forma de a entidade exigir um mínimo de rodagem aos pilotos para evitar maiores riscos nas pistas. Para alcançar esta permissão, é preciso ter no mínimo 40 pontos somados nas categorias de acesso. O brasileiro ainda não tem nenhum, mas pode atingir este número de uma vez só se terminar a temporada da F2 entre os três primeiros colocados. No momento, está em sexto, faltando apenas uma etapa para o fim do campeonato, em Abu Dabi, no fim de novembro.
*Com Estadão Conteúdo
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