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Carnaval de rua de SP será 20% maior; impasse sobre megablocos segue

14/11/2018 às 10h21
Por: Tribuna Popular
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O Carnaval de rua de São Paulo de 2019 teve 538 blocos inscritos, o que irá se traduzir em 645 desfiles pela cidade em fevereiro e março. Os números, de acordo com a Secretaria de Subprefeituras, representam crescimento de 20% em comparação com o evento deste ano, que reuniu 433 blocos.

Assim como nos anos anteriores, a concentração de atrações irá ficar nas regiões das subprefeituras da Sé e de Pinheiros, que juntas concentram mais da metade dos blocos, 282.

Diante da previsão de público recorde, a maior preocupação da prefeitura é em relação aos megablocos, que reuniram mais de 1 milhão de pessoas neste Carnaval. A avenida 23 de Maio, que abrigou maior parte dos desfiles gigantes foi vetada na programação do próximo ano por não oferecer condições de segurança aos foliões.

Algumas avenidas têm sido estudadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para substituir a 23 de Maio na programação. Entre elas, está a avenida Roque Petroni Júnior, no Itaim Bibi, zona sul da cidade, no entorno do shopping Morumbi.

Em reunião realizada nesta terça-feira (13) com agentes municipais e representantes de blocos e associações de moradores, o promotor da área de urbanismo do Ministério Público César Ricardo Martins disse que cogita pedir à Justiça para barrar desfiles se o quesito segurança não for referendado. "Se o evento for incompatível [com as dimensões da via] e nós não tivermos condições [de garantir a segurança], então, talvez, tenha que ser proibido", disse.

Os principais problemas do Carnaval deste ano, segundo o promotor, foram atribuídos à discrepância entre o público previsto pelos blocos no ato da inscrição e a quantidade de pessoas que de fato acompanharam os desfiles.

Segundo o promotor, a Polícia Militar teve que deflagrar ação emergencial para fazer o policiamento do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, que previu, segundo registro na prefeitura, público de 100 mil pessoas, mas atraiu cerca de 1,3 milhão.

Uma das alternativas que vêm sendo estudadas pela prefeitura para evitar aglomerações excessivas em pontos específicos da cidade é criar uma programação com opções que concorram entre si no mesmo dia e horário, mas em locais diferentes.

Para facilitar a dispersão de foliões na região de Pinheiros, a Promotoria de Urbanismo proibiu a organização de qualquer atração no largo da Batata. No Carnaval deste ano, a estação Faria Lima da linha 4-amarela do metrô precisou ser fechada em alguns momentos diante da dificuldade de locomoção da multidão que desembarcava dos trens. Na ocasião, uma roda-gigante e um palco foram montados no largo da Batata pela marca patrocinadora.

AVENIDA PAULISTA

A avenida Paulista foi alvo de discussão entre representantes de blocos e a associação de moradores sobre a possibilidade de substituir a avenida 23 de Maio na programação dos megablocos.

Representante dos moradores da região da avenida Paulista, Raphaela Galleti diz que a via não tem estrutura para suportar desfiles dos megablocos. "É uma região problemática por causa dos hospitais. Há 12 em apenas 400 metros da avenida. Sem falar nos 18 condomínios residenciais que ficam rente à via desde seu alargamento na década de 1970", diz Raphaella, que mora na região e tem uma administradora de condomínios no mesmo local.

De acordo com um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado em 2003 por prefeitura e Ministério Público, há permissão para a Paulista abrigar apenas três eventos ao ano: Parada Gay, Réveillon e a corrida de São Silvestre. "São eventos pontuais, com horário para começar e acabar, diferente do Carnaval de rua que se estende por vários dias e impacta muito a vida dos moradores", diz Raphaela.

Entre os blocos que reúnem maior número de foliões, estão o Acadêmicos do Baixo Augusta, que tradicionalmente ocupa da rua da Consolação, e o Pipoca da Rainha, liderado por Daniela Mercury, que passa pelo mesmo trajeto.

Outras avenidas estão sendo consideradas pela Promotoria para receber os megablocos: Marquês de São Vicente, na Barra Funda, Tiradentes e Rio Branco, na região central, e a marginal Pinheiros, na zona oeste.

*Folhapress

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