Para lembrar a todos da existência desses milhões de pessoas ao redor do mundo que foram obrigadas a abandonar suas casas e muitas vezes seus países, foi criado o Dia Mundial do Refugiado, comemorado neste domingo (20). Durante o último ano, em plena pandemia, Campo Grande acolheu 785 desses estrangeiros, que buscam novas oportunidades e um recomeço ao lado das suas famílias.
Segundo a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), o número é referente às pessoas que passaram por atendimentos nas unidades de acolhimento da Prefeitura Municipal, por tanto, é possível que o número de refugiados que se instalaram na cidade pode, inclusive, ser maior.
Desde o início da pandemia, o município atendeu mais de 2.063 pessoas e realizou mais de 2.376 atendimentos, onde dentre esses atendimentos, 785 foram a estrangeiros. A SAS explica que também fez 175 reconduções familiares a estrangeiros e foi possível também conceder 247 passagens terrestres a estrangeiros, garantindo o retorno para suas cidades de origem e à suas famílias ou o ingresso laboral destas pessoas.
Antes do início da pandemia, havia apenas uma unidade de acolhimento destinada à população em situação de rua, o antigo Cetremi (Centro de Triagem do Migrante e População em Situação de Rua), que realizou um total de 5.851 atendimentos entre 2018 e 2020. A denominação atual do Cetremi agora é UAIFA (Unidade de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias).
Aqui no Jornal Midiamax já foram contadas histórias de famílias que vieram para MS buscar refúgio e novas oportunidades de vida. Em maio de 2020, a reportagem contou a história de uma família que caminhou por um ano até chegar em Campo Grande e, por aqui, buscaram emprego.
Na ocasião, um jovem venezuelano contou ser acadêmico de educação física no país natal, trabalhava na construção civil para ganhar US$ 5 por mês – o equivalente hoje a R$ 26,90 – para garantir o sustento da casa. Ele chegou em Campo Gande no mês de abril de 2020 e na época, o rapaz contou que buscava uma oportunidade para sair das ruas e dar uma vida melhor para a esposa e às duas filhas de 3 e 4 anos.
Conforme o MSF (Médicos Sem Fronteiras), é considerada refugiada a pessoa que "receando com razão ser perseguida em virtude da sua raça, religião, nacionalidade, filiação em certo grupo social ou das suas opiniões políticas, se encontre fora do país de que tem a nacionalidade e não possa ou, em virtude daquele receio, não queira pedir a proteção daquele país...".
De acordo com a Convenção Relativa ao Estatuto do Refugiado de 1951. No entanto, entre as populações deslocadas estão não só refugiados, mas também deslocados internos (ou IDPs, na sigla em inglês), pessoas que fogem dentro de seu país, ou seja, estão no território de seu próprio Estado e sob sua jurisdição.
*Midiamax
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