Uma reunião convocada nesta quinta-feira, 02, pela Prefeitura de Porto Murtinho, através da secretaria municipal de Saúde, teve como pauta o atendimento público na área da saúde na fronteira. Autoridades do Brasil (Porto Murtinho-MS) e Paraguai (Carmelo Peralta- Alto Paraguay) discutiram vários temas, ressaltando a importância do desenvolvimento de um trabalho integrado.
O secretário municipal de Murtinho, Marco Andrei Guimarães, disse que o objetivo da reunião foi de obter parecer dos técnicos de saúde de Porto Murtinho e também de Carmelo Peralta, departamento do Alto Paraguay, sobre a problemática na área de saúde, que afeta a comunidade das duas cidades fronteiriças. “A intenção foi de dar o pontapé inicial para o processo de construção de um plano de fronteira”, ressaltou.
O secretário Marco Andrei, destacou que o prefeito Derlei Delevatti (PSDB) está empenhado em fortalecer as parcerias com as autoridades paraguaias e também em promover a melhoria do setor de saúde público em Murtinho. O secretário disse que os mesmos problemas que afetam a população do Paraguai atingem também os brasileiros. “São problemas comuns. Temos que nos unir para que possamos melhorar o atendimento, principalmente no combate a certo tipos de doenças, como é o caso da hanseníase, tuberculose, dengue, chigungunya, DST/ , HIV/Aids, entre tantas outras”, destacou.
Dr. Tomaz Gutierrez, Diretor Regional da XVII R.S e Máximo Villamaior (secretário de Saúde do Alto Paraguay), apresentaram a estatística e atendimento de brasileiros em terras guaranis e reivindicaram o intercâmbio de conhecimentos com os técnicos brasileiros para combater com mais eficiência as doenças e a conscientização da prevenção.
Problema
Mas o que chamou atenção mesmo é com a questão de atendimentos de paraguaios no lado brasileiro. Carmelo Peralta possui um hospital recém construído, mas esta sem equipamentos para realizar partos de cesáreas, por essa razão muitas mulheres passam para o lado brasileiro para ter o parto e isso vem gerando confronto na estatística, porque as despesas com estrangeira não conta nos números de ressarcimento do SUS – Sistema Único de Saúde – que pago por parto realizado o valor de R$ 534,22. Também quando um paciente estrangeiro adentrar ao nosocômio do lado do Brasil com doença grave não pode ser encaminhado ao centro mais avançado para receber tratamento por conta da falta de documento fronteiriço, são problemas apontados e debatidos nesse encontro no plenário da Câmara de Vereadores de Porto Murtinho.
O que ficou acordado e de compromisso das autoridades de saúde do Paraguay a levar esses problemas apontados para o governo central do Paraguay para que se viabilize recursos para investir em aparelho de Ultrassom e Raio-X moderno para atender os pacientes no lado paraguaio e assim desafogar o sistema no lado brasileiro.
Para o prefeito Derlei Delevatti, a reunião foi extrema importância para colocar a situação na mesa para o debate e assim juntos tentar resolver os problemas “queremos implementar com mais detalhes essa cooperação entre os profissionais da área de Saúde pública para podermos dar atendimento de qualidade nos dois lados, mesmo porque doenças não avisam e um setor sensível porque lida com vidas humanas”, pontuou Delevatti.
*Toninho Ruiz
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