José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está cumprindo prisão domiciliar nos Estados Unidos e quer distância de seus ex-colegas cartolas. Seus advogados voltaram a pedir ao Tribunal no Brooklyn, em Nova Iorque, que separe o seu caso dos restantes, alegando que ele não tem qualquer relação com as denúncias feitas e que o volume de acusações contra os demais pode contaminar o seu caso. Para os procuradores norte-americanos, a corrupção do brasileiro e do restante dos dirigentes era “um estilo de vida”.
Para a procuradora americana, Kristin Mace, não se pode separar o caso de Marin dos demais. “O problema é a natureza do crime. Não se trata de uma situação em que você tem instâncias discretas de corrupção. Trata-se de algo bem maior”, insistiu. “Esse era um estilo de vida. Trata-se de um problema tão abrangente que era um padrão em todos os continentes, entre diferentes federações de futebol”, disse.
Marin não é o único a buscar essa estratégia. O mesmo tem sido feito pelo ex-presidente da Conmebol, Juan Ángel Napout, pelo peruano Manuel Burga, além de Héctor Trujillo e Costas Takkas, cartolas da América Central.
Dos 42 indiciados, 20 já se declararam culpados. Cinco deles, porém, insistem que são inocentes, enquanto os demais ainda não foram detidos ou negociam acordos de delação. “Meu cliente enfrentará dia após dia a evidência de que não está relacionado com o restante das acusações e isso o prejudicará”, disse o advogado do brasileiro, Charles Spillman, em uma sessão na noite de quinta-feira nos Estados Unidos. “Isso pode ser eliminado com um julgamento separado”, insistiu.
O julgamento começa no dia 6 de novembro e a juíza Pamela Chen insiste que não mudará a data. “O caso é inevitavelmente complexo”, disse. Estima-se que 350 mil documentos de evidências sejam apresentados durante o julgamento, que pode se arrastar por meses. “As evidências chegam de todo o mundo”, afirmou.
*Com Estadão Conteúdo
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