Gilbert Durinho fará a co-luta principal do UFC 264 neste sábado, em Las Vegas, contra Stephen Thompson, em um duelo pela divisão dos meio-médios. Será a primeira aparição do brasileiro no octógono desde fevereiro, quando acabou superado por Kamaru Usman na disputa pelo cinturão até 77kg.
Em entrevista ao Combate, Durinho disse que o revés diante do campeão fez com que ele enxergasse alguns erros importantes que espera não repetir.
- Teve vários pontos. Eu me encantei um pouquinho com a fama, estava todo mundo querendo ser amigo, tirar foto, todo mundo me parando, aquilo ali era algo que eu sempre evitei, mas que acabou mexendo um pouco com meu ego. Teve outras partes também, de um controle emocional, quando o Kamaru falou algumas coisas e eu fiquei meio com raiva, e na hora a raiva saiu, então eu queria porque queria nocautear. Foi um crescimento pessoal, de saber o porquê disso tudo, eu consegui entender o porquê disso tudo. Tive um grande crescimento pessoal, controle emocional, saber o que eu quero, quem eu sou, minhas origens e minhas raízes. Teve uns erros técnicos também, pois eu não fico tomando aqueles jabs ali, não fico chutando com guarda baixa. O aprendizado foi muito grande, aprendi muita coisa com essa luta.
Para o duelo contra o “Wonderboy”, o brasileiro sabe que terá um desafio totalmente diferente pela frente.
- Trouxe uns caras pra me ajudar com esse estilo dele. Foi um camp diferente, mas foi irado, tive um aprendizado gigantesco. Foi totalmente diferente, parece que cada luta é um estilo diferente. Contra o Demian (Maia) tive que fazer chão pra caramba, mas mantendo a mão afiada. Depois foi o (Tyron) Woodley, onde tive que mudar totalmente o jogo. Depois me preparei duas vezes para enfrentar o Kamaru. E agora é o Wonderboy. A gente tem que se preparar da melhor maneira possível. Foi um camp que investi bastante, trouxe outros caras, tive um investimento pesado, mas o aprendizado foi gigantesco. Estou me sentindo muito preparado e está valendo a pena, mas cada adversário tem um jogo e tenho que me preparar da melhor maneira para lutar contra eles. A gente vai acima das opções, vai dando um jeito pra chegar lá bem preparado.
Veja abaixo a entrevista completa com Gilbert Durinho:
Como foi seu retorno aos treinos após a luta contra o Usman e quando surgiu o convite para enfrentar o Stephen Thompson?
- Eu tive um descanso obrigatório da Comissão depois da luta contra o Kamaru. Quando você toma um nocaute ou nocaute técnico recebe uma suspensão da Comissão Atlética e eu respeito muito isso. A minha equipe, Sanford MMA, tem um médico e ele me mandou ficar algumas semanas sem tomar golpes, aproveitei pra descansar e viajar com a família. Precisava de um tempo até pra entender tudo que aconteceu. O aprendizado da derrota é muito grande, é dolorido, mas é muito grande. A gente aprende muito mais na derrota. Eu tive que buscar bem algumas respostas. Falei que só ia lutar quando conseguisse tudo que precisasse ajustar comigo mesmo. Depois disso, o UFC começou a falar de uma luta com o Wonderboy e quem me conhece sabe que não escolho luta. Quem quer ser campeão não escolhe adversários, e eu tive a chance de lutar pelo cinturão assim, sem escolher lutas. E agora não mudou nada, o primeiro adversário que eles ofereceram eu aceitei. Fiz um ótimo camp, estou chegando muito bem pra luta e agora é reta final. Saí das redes sociais, minha esposa está tocando tudo, tirei os aplicativos do telefone pra ficar mais relaxado, mais tranquilo e com a mente mais blindada, pois é uma luta muito importante, que eu quero vencer muito. Estou dando meu máximo nessa preparação pra sair com a vitória.
Quais foram as lições que você tirou depois daquela luta?
- Teve vários pontos. Eu me encantei um pouquinho com a fama, estava todo mundo querendo ser amigo, tirar foto, todo mundo me parando, aquilo ali era algo que eu sempre evitei, mas que acabou mexendo um pouco com meu ego. Teve outras partes também, de um controle emocional, quando o Kamaru falou algumas coisas e eu fiquei meio com raiva, e na hora a raiva saiu, então eu queria porque queria nocautear. Foi um crescimento pessoal, de saber o porquê disso tudo, eu consegui entender o porquê disso tudo. Tive um grande crescimento pessoal, controle emocional, saber o que eu quero, quem eu sou, minhas origens e minhas raízes. Teve uns erros técnicos também, pois eu não fico tomando aqueles jabs ali, não fico chutando com guarda baixa. O aprendizado foi muito grande, aprendi muita coisa com essa luta.
Agora você vai enfrentar um adversário com um estilo totalmente diferente dos que você já enfrentou. Como foram os treinos?
- Trouxe uns caras pra me ajudar com esse estilo dele. Foi um camp diferente, mas foi irado, tive um aprendizado gigantesco. Foi totalmente diferente, parece que cada luta é um estilo diferente. Contra o Demian (Maia) tive que fazer chão pra caramba, mas mantendo a mão afiada. Depois foi o (Tyron) Woodley, onde tive que mudar totalmente o jogo. Depois me preparei duas vezes para enfrentar o Kamaru. E agora é o Wonderboy. A gente tem que se preparar da melhor maneira possível. Foi um camp que investi bastante, trouxe outros caras, tive um investimento pesado, mas o aprendizado foi gigantesco. Estou me sentindo muito preparado e está valendo a pena, mas cada adversário tem um jogo e tenho que me preparar da melhor maneira para lutar contra eles. A gente vai acima das opções, vai dando um jeito pra chegar lá bem preparado.
Uma vitória neste sábado não deve lhe garantir uma nova oportunidade pelo cinturão, mas vencer um adversário com o nível do Thompson é o ideal pra te manter entre os tops?
- Eu acho que sim. Ele é um cara bem duro. Tem muita gente me perguntando contra quem eu gostaria de lutar depois, mas eu nem penso nisso. Só estou pensando em ganhar dele. Mas ele foi o cara com o ranking mais alto que eu consegui lutar, pois o Colby (Covington) não quis lutar comigo, o Leon Edwards estava com luta marcada e ele foi o cara com o ranking mais alto. Os caras me ofereceram e eu aceitei. Ele é duríssimo de ganhar, muita gente perdeu pra ele, muita gente teve dificuldade, então eu acho que se tiver uma vitória boa vai me jogar bem na categoria. Mas nem estou pensando nisso, estou pensando em chegar lá e fazer o que eu treinei.
Stephen Thompson venceu Vicente Luque no UFC 244 — Foto: Getty Images
O Thompson venceu um dos seus principais parceiros de treinos, o Vicente Luque. Pegou algumas dicas com ele sobre o jogo do seu adversário?
- Ele terminou o camp pra essa luta aqui na Flórida. Eu fui no córner dele. Eu vi bastante coisa naquela luta. Eu falo com o Vicente diariamente, mandei vários vídeos de treinos pra ele. Ele dá uma olhada, dá umas opiniões e eu escuto bastante o que ele fala. Não deu pra ele vir porque ele acabou de ter um filho e está com luta marcada. Queria que ele tivesse vindo, se ele não tivesse com luta marcada estaria aqui, mas a gente tem se falado bastante. Eu vi o quanto o Wonderboy é bom se ajustando depois do primeiro round do Vicente. O primeiro round foi muito equilibrado, mas no segundo ele estava muito rápido, mudou a distância, deu um knockdown. Deu pra ver que ele ajusta a luta de um round pro outro, então é uma coisa que eu fiquei bem ligado. Se eu mandar bem no primeiro round, sei que ele vai melhorar no segundo, não está garantido, pois ele vai se ajustar. São coisas que eu me preparei, pra eu estar me ajustando também, mudar a estratégia, coisas que aprendi na luta do Vicente e apliquei no meu treinamento.
Você e o Kamaru Usman eram parceiros de treinos antes de se enfrentarem. Como ficou a relação entre vocês após a luta?
- Não tenho nada contra ele, tenho o maior respeito por ele. Já vi o Kamaru umas cinco ou seis vezes depois da luta, a gente troca ideia numa boa. Ele não é um amigão meu, não tem essa parada, quero lutar com ele de novo, mas respeito muito ele. Não tenho nada contra ele, sou grato de ter tido a oportunidade de lutar pelo cinturão, não consegui vencer, mas o aprendizado foi gigantesco. Vamos trabalhar, pois o sonho continua e vou continuar em busca do cinturão.
Qual seu palpite para a luta principal deste sábado entre o Dustin Poirier e o Conor McGregor?
´- Eu não tenho muito palpite pra essa luta, gosto bastante dos dois lutadores. A pergunta é a de sempre, era como fazia sobre o Vitor: “Qual o Vítor Belfort vai aparecer hoje?”. É igual ao Conor: “Qual Conor vai aparecer hoje?”. Se for o Conor que ganhou do Eddie Alvarez ou do Aldo, tem tudo pra ser Conor. Mas se for o Conor que apareceu na primeira vez com o Nate Diaz ou que fez a última luta, deve dar Poirier. Dificil fazer um palpite, pois não vejo o treinamento dos caras. Eu vejo que o Dustin é um cara mais tranquilo, tem um time todo ali, está focado. O Conor não está dando entrevistas, parece que está bem focado também. Não vou arriscar nenhum palpite, vou ficar assistindo ali bem de perto na torcida pelo show, pra que seja uma grande luta. Um pouquinho mais pro Dustin Poirier, mas eu gosto do Conor também.
O Combate transmite o UFC 264 ao vivo e na íntegra com exclusividade neste sábado, a partir de 18h40 (horário de Brasília) com o Aquecimento Combate. O SporTV 3 e o Combate.com exibem as duas primeiras lutas ao vivo, e o site acompanha o evento em Tempo Real.
UFC 264
10 de julho de 2021, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL (23h, horário de Brasília):
Peso-leve: Dustin Poirier x Conor McGregor
Peso-meio-médio: Gilbert Durinho x Stephen Thompson
Peso-pesado: Tai Tuivasa x Greg Hardy
Peso-galo: Irene Aldana x Yana Kunitskaya
Peso-galo: Sean O'Malley x Kris Moutinho
CARD PRELIMINAR (19h, horário de Brasília):
Peso-meio-médio: Carlos Condit x Max Griffin
Peso-meio-médio: Niko Price x Michel Pereira
Peso-pena: Ryan Hall x Ilia Topuria
Peso-médio: Trevin Giles x Dricus du Plessis
Peso-mosca: Jennifer Maia x Jessica Eye
Peso-médio: Omari Akhmedov x Brad Tavares
Peso-mosca: Zhalgas Zhumagulov x Jerome Rivera
Peso-médio: Hu Yaozong x Alen Amedovski
*Combate
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