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Drauzio Varella: ‘PCC ajudou a diminuir violência’

14/05/2017 às 22h16
Por: Tribuna Popular
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O oncologista Drauzio Varella começou a trabalhar como médico voluntário na Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, em 1989, e durante estes anos acumulou experiências sobre o sistema carcerário que deram origem a uma trilogia literária formada por Estação Carandiru (1999), Carcereiros (2012) e, agora, Prisioneiras (Companhia das Letras, 232 páginas, 39,90 reais), livro que chega às lojas com histórias de mais de uma década de trabalho no presídio feminino da capital paulista.

Em Prisioneiras, o médico dá voz às mulheres que vivem atrás das grades e que já atendeu por 11 anos como voluntário na Penitenciária Feminina da Capital, única parte restante do complexo demolido após o massacre de 1992. Com um texto ágil e didático, Drauzio Varella exibe as particularidades do universo e da rotina das presas, em relação a trabalho, relação com a família, homossexualidade, o machismo latente na sociedade dentro e fora das celas, as semelhanças e dessemelhanças em comparação com um presídio cadeia masculino e, principalmente, a influência do Primeiro Comando da Capital (PCC) sobre a população carcerária.

A facção que hoje controla grande parte das cadeias brasileiras não existia na época em que o médico começou a trabalhar no Carandiru, já que foi o massacre de 1992 que incentivou a sua criação. A ela, Drauzio atribui uma redução na violência dentro e fora do sistema penitenciário. “Você tinha naquela época várias facções, mas nenhuma que dominasse. Havia muita brutalidade entre os presos. No Carandiru era esfaqueamento, ataque com água fervente, uma barbárie que não era diária, mas que emergia com bastante frequência. Agora, a barbárie acabou”, conta em entrevista a VEJA. Fora das cadeias, segundo ele, a diminuição da violência pode ser comprovada pela queda no número de homicídios no Estado de São Paulo. “Quem consegue conter isso é o crime organizado, porque ele proíbe que saiam matando. Você não pode matar ninguém no seu bairro sem autorização, ou você morre. Não pode matar a sua mulher se descobre uma traição.”

A alma do livro está nas histórias individuais de várias presas e no que as levou para trás das grades. São os mais diversos passados e personalidades que o médico explora, das centenas de prisioneiras que conheceu durante os atendimentos. “Tem que ter um cuidado porque estou ali como médico, não ouvia essas histórias como juiz ou investigador. A dificuldade era escrever de um jeito que não desse para identificar a pessoa. Ela está contando para um médico, na qual ela confia.”

*Veja

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