Preso nesta terça-feira pela Operação Sothis, o ex-gerente da Transpetro José Antonio de Jesus é acusado de acertar e intermediar o pagamento de propinas para o PT. Junto com familiares e intermediários, Jesus teria recebido e repassado 7 milhões de reais por contratos da NM Engenharia com a estatal, entre setembro de 2009 e março de 2014, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
A mesma empresa também teria pago uma outra quantia em separado, direto para a presidência da Transpetro, esta repassada para o PMDB. O procurador Athayde Ribeiro Costa afirmou, em nota emitida pelo MPF, que “houve um esquema político-partidário contínuo e duradouro na Transpetro, como na Petrobras”.
Costa ainda avalia que as apurações na subsidiária são “uma nova frente de investigações da Lava Jato, em expansão” e sugeriu aos envolvidos que procurem o órgão para delatar: “Este é o momento mais favorável para quem quiser colaborar com a Justiça se apresentar”. Apesar de buscar o auxílio dos criminosos para elucidar a corrupção na estatal, o MPF aponta que o esquema de José Antonio de Jesus, alvo da operação desta terça, a 47ª fase da Operação Lava Jato, é “um dos esquemas mais rudimentares de lavagem de dinheiro”.
“A propina saía da conta bancária da empresa de engenharia para a conta bancária de empresa do filho sem qualquer contrato ou justificativa para o repasse do dinheiro. Além disso, estão sendo investigados contratos entre a própria empresa do filho, controlada de fato pelo ex-gerente, e a Transpetro, o que pode indicar a inexistência ou falha grave de mecanismos de compliance”, aponta, também na nota, a procuradora Jerusa Burmann Viecilli.
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