Um relatório divulgado nesta terça-feira pela Anistia Internacional mostra que 58 defensores dos direitos humanos foram assassinados no Brasil entre janeiro e agosto deste ano.
O levantamento “Ataques letais, mas evitáveis: assassinatos e desaparecimentos forçados daqueles que defendem os direitos humanos” mostra que o índice em oito meses de 2017, no entanto, não atingiu o número de todo o ano de 2016, quando 66 ativistas foram mortos no país.
“Em 2017, esse número pode ser ainda maior. A falta de investigação e responsabilização dos ataques e ameaças sofridos pelos defensores coloca centenas de homens e mulheres em risco todos os anos”, diz a coordenadora de pesquisa e políticas da Anistia Internacional no Brasil, Renata Neder. “É fundamental que o Estado brasileiro reconheça que se mobilizar para defender direitos também é um direito humano e que implemente políticas concretas para garantir a proteção dos defensores de direitos humanos.”
Apesar disso, o texto diz que há “um padrão contínuo de homicídios no país”. O documenta cita a chacina de Pau d’Arco, no Pará, como um exemplo de conflito agrário que culminou em morte de ativistas. Nesse episódio, uma operação policial realizada em maio na fazenda Santa Lúcia acabou com 10 trabalhadores rurais mortos.
O relatório diz ainda que o Brasil “tem um dos maiores números de homicídios registrados de transgênero no mundo, o que aumenta os riscos para ativistas transgêneros que reivindicam direitos humanos”. Um dos casos citados pelo documento é o da travesti Mirella de Carlo, encontrada morta em seu apartamento em fevereiro deste ano.
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