O ex-secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke obrigou a entidade a pagar cerca de 150.000 dólares para alugar um apartamento de luxo do ex-craque Ronaldo no Rio de Janeiro para que, em 2013, pudesse se hospedar na cidade durante período em que o Brasil se preparava para abrigar a Copa do Mundo do ano seguinte. Os dados foram publicados por um dos principais jornais suíços, o Tages Anzeiger, nesta sexta-feira.
Segundo a publicação, a Fifa alertou que alugar uma suíte de hotel sairia mais barato que alugar o apartamento de Ronaldo, que na época fazia parte do Comitê Organizador Local, presidido por José Maria Marin. "Mas Valcke insistiu no apartamento. A Fifa pagou", escreveu o diário suíço.
A reportagem também conta como Valcke usou o jato privado da Fifa para viagens pessoais, levando inclusive seu filhos. Em 2012, o dirigente francês embarcou até Nova Délhi para uma reunião com a federação local, mas aproveitou para visitar também o Taj Mahal. Naquele momento, a Fifa não tinha regras sobre como os dois jatos da entidade deveriam ser usados. Agora, uma das prioridades da reforma de Domenico Scala, auditor da Fifa, foi a de estabelecer diversas regras, inclusive para o uso dos aviões.
Na quarta-feira, o Comitê de Ética da Fifa decidiu prorrogar em 45 dias a suspensão provisória aplicada ao ex-secretário-geral em 7 de outubro. O órgão da Fifa tomou a decisão ao atender um pedido da câmara de investigação da entidade, que anteriormente havia destituído Valcke do seu cargo pela suposta participação do dirigente em um esquema de venda ilegal de ingressos para Copa do Mundo de 2014.
Filho - Segundo o Tages Anzeiger, Valcke também ajudou seu filho Sébastien a fechar acordos com a Fifa. Um deles se referia à empresa EON Reality, dos Estados Unidos. A companhia é especializada em hologramas e a ideia da Fifa era a de trazer a tecnologia para o futebol. O contrato ficaria em 700.000 dólares.
Mas a EON, segundo o jornal, contratou justamente o filho de Valcke. Para completar, ele ficaria com 7% (cerca de 50.000 dólares) como comissão por ter aproximado a empresa da Fifa, dirigida por seu pai. Durante a Copa do Mundo de 2014, a Fan Fest no Rio de Janeiro trouxe um stand justamente com um holograma da taça.
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