A Fifa puniu nesta quarta-feira cinco federações de futebol por insultos e gritos homofóbicos entoados pelas torcidas durante jogos das Eliminatórias para a Copa de 2018. Argentina, Chile, Peru, Uruguai e México foram sancionadas através do Sistema de Monitoramento Anti-Discriminação, considerando que os atos violaram o Artigo 67 do Código Disciplinar da Fifa, que contém normas de conduta por parte dos espectadores.
O artigo determina que clubes e seleções são responsáveis pelas ações dos torcedores e podem ser multados, dependendo de cada caso. Neste em específico, a Fifa, em comunicado oficial, divulgou que Argentina, Peru, Uruguai e México terão que pagar, cada um, uma multa de 20.000 francos suíços (cerca de 80.000 reais). O Chile, por ter quatro casos discriminatórios analisados pela entidade, foi multado em 70.000 francos suíços (cerca de 276.000 reais). O caso da Federação de Futebol de Honduras ainda está em processo.
Claudio Sulser, presidente do Comitê Disciplinar da Fifa, ressaltou a participação da entidade na luta contra o preconceito, mesmo sabendo das dificuldades. "A Fifa tem lutado contra a discriminação no futebol por muito anos e uma parte disso são as sanções. Com o novo sistema de monitoramento da Fifa nas Eliminatórias, o Comitê Disciplinar tem um suporte adicional graças aos relatórios detalhados dos jogos fornecidos por observadores anti-discriminação. Mas procedimentos disciplinares não podem mudar sozinhos o comportamento de certos grupos de fãs que, infelizmente, vão contra os valores do nosso jogo", declarou Sulser no comunicado oficial da entidade máxima do futebol.
Durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Fifa foi duramente criticada por ativistas dos direitos LGBT por não sancionar seleções por causa do comportamento de torcedores em algumas partidas.
Em uma delas, entre México e Camarões, os torcedores mexicanos entoaram um grito homofóbico toda vez que o goleiro adversário cobrava um tiro de meta. Na época, a Fifa chegou a abrir um processo contra a Federação Mexicana de Futebol, mas no fim o caso foi absolvido.
Futebol brasileiro - Nos últimos anos, algumas torcidas do Brasil tomaram como exemplo o grito homofóbico mexicano e passaram a entoar o termo "bicha" sempre que um goleiro adversário cobra um tiro de meta. O xingamento virou rotina em várias partidas e em um dos casos, em setembro de 2014, a diretoria do Corinthians divulgou uma nota de repúdio ao ato de seus torcedores e pediu para os fãs não cantarem mais esse tipo de provocação.
O ex-goleiro do São Paulo, Rogério Ceni, foi o primeiro alvo, no futebol brasileiro, do canto homofóbico por parte das torcidas rivais. Curiosamente, em vez de sabotar o grito, a torcida são-paulina também começou a fazer o mesmo toda vez que um goleiro adversário batia um tiro de meta, assim como outras torcidas de outros clubes nacionais.
(Com Gazeta Press)
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