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Marin não entregará carta de crédito à Justiça dos EUA

15/01/2016 às 10h39
Por: Tribuna Popular
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O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, não apresentará a carta de crédito de 2 milhões de dólares (cerca de 8 milhões de reais) nesta sexta-feira, prazo final concedido pela Justiça dos Estados Unidos. Fontes ligadas ao processo revelaram que os custos vinculados à carta são o principal motivo da dificuldade em obter o documento. Apesar do não cumprimento do acordo, estendido em um mês pelo juiz Raymond Dearie, o cartola pode não perder o direito a prisão domiciliar, tampouco ser transferido para uma prisão.

Fontes com acesso direto ao processo acreditam que o ex-cartola conseguirá manter o acordo de prisão domiciliar mesmo sem apresentar a carta de crédito. Desta maneira, a defesa do réu tentaria negociar o acordo tendo como base o argumento de que as demais condições já estão sendo cumpridas. "Os custos dos juros no Brasil são absurdos, considerando o período de três anos de execução do processo, isso inviabiliza a carta. Existe um pacote com garantias substanciais sendo cumpridas e não há como Marin ser preso por não apresentar a carta", revelou uma fonte ligada ao processo.

Com possibilidade de ser condenado a 20 anos de prisão, sob as acusações de fraude, conspiração e lavagem de dinheiro, Marin precisa cumprir com a garantia de 15 milhões de dólares (60 milhões de reais) à Justiça dos EUA para aguardar o julgamento em prisão domiciliar. Pelo acordo, que inclui seu apartamento em Manhattan avaliado em 3,5 milhões de dólares e o pagamento em dinheiro já feito de 1 milhão de dólares, a carta de crédito de 2 milhões de dólares deveria ser entregue até esta sexta-feira.

Concedida por banco ou seguradora no Brasil e validada por uma instituição financeira nos EUA, a carta de crédito tem custo mensal de manutenção estimado em 160.000 reais (considerando os atuais juros de 2% ao mês). Caso o processo se estenda por três anos, os custos totais do documento chegam a 5,7 milhões de reais. Neste caso, o preço da obtenção da carta corresponde a mais da metade do valor que precisa ser garantido por ela - uma desvantagem financeira para o ex-presidente da CBF.

Após ser preso em maio de 2015 na Suíça com outros seis dirigentes de futebol, Marin foi extraditado em novembro para os Estados Unidos, onde aguarda julgamento em prisão domiciliar em seu apartamento de luxo na Quinta Avenida. O brasileiro, no entanto, só pode sair de casa após comunicar à Justiça, além de ter de arcar com todos os custos da vigilância de 24 horas no local, despesa que já lhe custou mais de 70.000 dólares desde sua chegada à Nova York.

 

(com Estadão Conteúdo)

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