O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira que aplicará uma multa de 10 milhões de reais na empresa LocalFrio pelo incêndio que atingiu o terminal portuário de sua propriedade no Guarujá (SP), liberando uma nuvem ácida sobre as cidades do entorno. A punição foi definida em decorrência da "emissão de efluentes gasosos tóxicos para a atmosfera, riscos e danos à saúde da população", conforme nota divulgada pelo governo. A companhia será notificada pela Agência Ambiental de Santos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
No último dia 14, um incêndio de grandes proporções atingiu dezenas de contêineres da LocalFrio. A principal hipótese levantada pela Cetesb é que o fogo e a formação da nuvem foi causada pela reação de substâncias químicas armazenadas em um contêiner, como o dicloroisocianurato de sódio. O equipamento teria uma rachadura que permitiu que a água da chuva entrasse em contato com o composto químico, que após reações em cadeia provocou explosões, chamas e liberou os gases tóxicos.
Os moradores das redondezas do terminal portuário tiveram que deixar as suas casas e cerca de 170 pessoas foram atendidas nos hospitais com sintomas de irritação nos olhos e nas vias respiratórias, e mal-estar.
Dias depois do incidente, uma idosa faleceu supostamente em decorrência da nuvem ácida. Segundo o Hospital Pitangueiras, em Jandira (SP), para onde ela foi levada por familiares, Leia Magalhães de Maria morreu devido a uma insuficiência respiratória e pneumonite química causada por inalação de fuligem e gases tóxicos.
O Ministério Público do Guarujá instaurou um inquérito para identificar as consequências do incidente. A apuração pode também resultar em punições e cobranças à empresa Localfrio.
(Fonte: Veja.com)
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