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Publicitária presa disse ter ouvido ‘zum zum zum’ sobre tríplex de Lula no Guarujá

29/01/2016 às 15h02
Por: Tribuna Popular
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Segundo seu advogado, a publicitária Nelci Warken, presa temporariamente na 22ª fase da Operação Lava Jato, disse nesta sexta-feira, em depoimento à Polícia Federal, ter ouvido um "zum zum zum" e boatos de que o ex-presidente Lula tinha um apartamento no condomínio Solaris, no Guarujá, empreendimento da Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, que foi assumido pela empreiteira OAS. De acordo com o defensor Alexandre Crepaldi, Nelci disse que apenas "ouviu dizer" que Lula teria um imóvel no condomínio, afirmou que não tem provas sobre isso e declarou que não conhece e nem viu o petista nem a ex-primeira-dama Marisa Letícia na unidade no Solaris.

A nova fase da Operação Lava Jato, batizada de Triplo X e deflagrada na quarta-feira, faz uma varredura em todos os apartamentos do condomínio Solaris, onde a enrolada empreiteira OAS, investigada por participar do petrolão, assumiu a construção dos imóveis após um calote da Bancoop. A cooperativa deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT, quebrou em 2006 e deixou quase 3.000 famílias sem seus imóveis, enquanto petistas graúdos, como o ex-presidente Lula, receberam seus apartamentos. Embora oficialmente a fase esteja focada nas atividades criminosas do escritório de São Paulo da empresa Mossack Fonseca, que providenciava a abertura de offshores e tinha contas no exterior para esquemas de lavagem de dinheiro, a relação do próprio presidente Lula e de seus familiares com um tríplex reservado a eles pela construtora OAS também será investigada pela Polícia Federal e pelos procuradores da Lava Jato.

Em abril do ano passado, VEJA informou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Leo Pinheiro, a empreiteira assumiu a construção de prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João Vaccari Neto, por exemplo. Conforme revelou a revista VEJA nesta semana, no processo que tramita em São Paulo, Lula será denunciado por ocultação de propriedade. Aliás, o nome da operação Triplo X se refere aos tríplex investigados.

Aos policiais, a publicitária Nelci Warken negou ser testa de ferro de um esquema que envolve a abertura de empresas offshore para repassar propina do petrolão, disse que "não é laranja de ninguém" e afirmou que a tríplex 163-B no Solaris, em nome da offshore Murray Holdings, é de sua propriedade e foi registrado como sendo da companhia para que ela pudesse preservar o patrimônio, que estava sendo alvo de cobranças fiscais. A defesa da publicitária, feita pelo criminalista Alexandre Crepaldi, admitiu ao site de VEJA que a transferência dos bens de Nelci para a Murray pode significar "algum ilícito é de ordem fiscal", mas negou a possibilidade de a transação ter sido uma estratégia para lavar dinheiro.

Para os investigadores da Lava Jato, chama atenção a descoberta de que a Murray teve uma execução decretada por dívidas de cerca de 1,22 milhão de reais, mas apenas o tríplex 163-B, avaliado em 1,8 milhão de reais, conseguiria quitar o débito. As suspeitas ficaram mais fortes depois da constatação que a empresa Paulista Plus Promoções Ltda, que tem Nelci Warken como proprietária, teve o imóvel transferido para a Murray. Um terreno baldio, uma consultoria de imóveis em um local atualmente disponível para locação e duas empresas registradas no mesmo endereço da Mossack Fonseca, no Panamá, reforçaram os indicativos, segundo o Ministério Público, de que Nelci era uma laranja do esquema.

Em depoimento à Polícia Federal, porém, Nelci Warken alegou que o tríplex registrado em nome da Murray no condomínio Solaris foi comprado por ela depois de a Bancoop ter sugerido que parte de uma dívida da entidade com ela fosse abatida do valor do imóvel. Segundo o advogado Alexandre Crepaldi, após o abatimento de uma dívida por serviços de banners e placas prestados à Bancoop, Nelci pagou prestações do imóvel, depois aportes mais expressivos quando o empreendimento foi repassado da cooperativa para a empreiteira OAS. Por fim, a publicitária precisou, segundo o defensor, de um empréstimo e teve de vender um flat para quitar a escrituração do tríplex.

"Tudo que ela conseguiu foi fruto de mais de 40 anos de trabalho na área de publicidade. Sempre fez publicidade para empreendimentos imobiliários e às vezes ela recebia em imóvel. No caso do Solaris, ela comprou na planta negociando uma dívida. Nunca teve relação em nível de diretoria ou presidência da Bancoop", alegou Crepaldi.

 

(Fonte: Veja.com)

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