Na volta da folia de Carnaval, uma disputa será decisiva para definir a relação que o governo manterá com a maior bancada da Câmara dos Deputados no ano em que o Legislativo tem em mãos a análise do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Brigando voto a voto pela liderança do PMDB na Casa, os deputados Leonardo Picciani (RJ) e Hugo Motta (PB) têm como diferença mais notória seus aliados mais próximos: Picciani, que tenta a reeleição, tem boa relação com o Palácio do Planalto, do qual recebe apoio na disputa. Já Hugo Motta, ex-presidente da CPI da Petrobras, é braço-direito do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um desafeto do governo.
Os dois, no entanto, têm discurso afinado quando o assunto é o afastamento da petista: dizem ser contrários, embora Hugo Motta se mostre mais aberto a seguir orientação da maioria da bancada, dividida entre governistas e rebeldes. A preferência do Planalto por Picciani também encontra respaldo em outras frentes prioritárias, como é o caso da recriação da CPMF e de novos tributos para salvar a economia.
O deputado fluminense tem argumentos favoráveis ao imposto do cheque, enquanto Motta defende um aprofundamento da discussão e destaca o fato de que o aumento de tributos é um "remédio amargo" que pode prejudicar ainda mais a crise econômica. Ao site de VEJA, os candidatos também se posicionaram sobre mudanças na legislação sobre o aborto, a permanência de Eduardo Cunha no comando da Câmara e a presença do PMDB em cargos do alto escalão.
(Fonte: Veja.com)
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