O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta sexta-feira que acredita na inocência do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez (PSDB). O deputado estadual é um dos alvos das investigações da Operação Alba Branca, que revelou um esquema de superfaturamento e pagamento de propinas em contratos para fornecimento de merendas escolares no Estado.
"Acredito [na inocência]. É um promotor público. Tem uma história de 30 anos no Ministério Público", afirmou Alckmin. O governador pediu apuração "o mais rápido possível" para revelar os culpados e os inocentes. "É importante fazer uma apuração séria, o mais rápido possível, para quem for culpado ser condenado e punido. E quem não for culpado ser inocentado. Acho que é isso que a sociedade quer. Sempre haver justiça. Se há uma denúncia, investiga-se com profundidade", disse o governador.
Capez participou na manhã desta sexta-feira da entrega da estrada Engenheiro Marsilac, na Zona Sul da capital paulista, onde também estavam Alckmin e o prefeito Fernando Haddad (PT). Além deles, Capez também discursou. "Mesmo numa época em que está difícil fazer política, em que não basta você ser uma pessoa séria, trabalhar sério, ser idealista e procurar dar exemplos, edificar o nome e uma reputação. Porque mesmo assim vivemos em um período em que a honra e a reputação das pessoas são tratadas com leviandade. Nós que somos bem intencionados não devemos desanimar", disse.
Aos jornalistas, o parlamentar tucano voltou a afirmar que é "vítima". "Tudo que posso dizer é que nós estamos colaborando para a verdade aparecer o mais rápido possível. Eu sou vítima. Estou sendo tratado como suspeito e não conheço nenhuma dessas pessoas. Não fiz nada do que está sendo dito, e a verdade vai aparecer," disse Capez.
A Operação Alba Branca foi deflagrada em janeiro, com mandados de busca e apreensão em pelo menos 22 prefeituras paulistas. Investigados apontaram como beneficiários de propina Capez e Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", que era braço direito do secretário-chefe da Casa Civil, Edson Aparecido. Santos foi flagrado por grampos da Polícia Civil, operando com a quadrilha da merenda de sua sala no Palácio dos Bandeirantes. Ele orientava um lobista a renegociar valores de contratos da cooperativa Coaf, com sede na cidade de Bebedouro, no interior.
Segundo as investigações, a Coaf participava das chamadas públicas junto com outras cooperativas montadas pelos próprios integrantes do grupo e combinavam os preços dos produtos, sempre superfaturados. A operação também investiga o ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação de Alckmin Fernando Padula, quadro do PSDB.
(Com Estadão Conteúdo)
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