Os advogados do empresário Jonas Suassuna, que consta oficialmente como um dos donos do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), encaminharam hoje à força tarefa que conduz a Operação Lava Jato uma petição para que Suassuna seja ouvido o mais cedo possível na investigação sobre a propriedade. A defesa do empresário também tornou disponíveis os sigilos bancário e telefônico dele, a partir da data que os investigadores julgarem conveniente. Conforme VEJA revelou em abril de 2015, Lula era frequentador assíduo do sítio, cuja reforma foi bancada pela empreiteira OAS a pedido do ex-presidente.
Além da intervenção da construtora, a Lava Jato investiga obras feitas na propriedade pela Odebrecht e apura se as benfeitorias foram alguma forma de compensação às empresas por contratos firmados com o governo. Além de Suassuna, também figura como proprietário formal do sítio o empresário Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo de Lula e um dos fundadores do PT.
Documentos obtidos por VEJA e publicados na edição desta semana mostram que, logo após deixar o governo, pertences de Lula e de sua família foram levados para o sítio em Atibaia. Mais de 200 caixas com pertences da família do ex-presidente foram levadas de Brasilia até a propriedade no interior paulista - 37 delas eram caixas de bebidas, conforme registraram os funcionários encarregados de fazer a mudança. Os documentos com o registro da mudança estão arquivados na Presidência da República.
Suassuna e Bittar são sócios de um dos filhos de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. "Nós nos antecipamos porque tivemos notícia pela imprensa de que o inquérito foi desmembrado (para uma investigação específica sobre o sítio). Como algumas informações estão distorcidas, Jonas Suassuna tem interesse em prestar todos os esclarecimentos à força-tarefa", afirmou Ary Bergher, advogado do empresário.
(com Estadão Conteúdo)
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