O deputado federal Ricardo Tripoli, que disputa a vaga de candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, busca fazer de sua história no partido e da ligação com o ex-governador Mário Covas os pontos fortes de sua campanha nas primárias da sigla. O parlamentar foi secretário estadual do Meio Ambiente entre 1999 e 2002, trabalhando como o governador até 2001, ano de sua morte. Tripoli conta com o apoio da família Covas no processo de prévias, entre eles o do também deputado federal Bruno Covas e da mãe dele, Renata (eles são, respectivamente, neto e filha de um dos maiores expoentes da história do partido).
Segundo Tripoli, Renata integra seu comitê e pede votos para ele na disputa marcada para o dia 28 de fevereiro, quando o PSDB vai escolher o candidato da legenda à prefeitura. "A Renata Covas está no meu escritório. Tem ajudado muito. Ela fica ligando para todo mundo que ela conhece pedindo votos para mim", disse Tripoli.
O deputado disputa a vaga de candidato do partido com o empresário João Doria Jr. e com o vereador Andrea Matarazzo. Ambos também estão explorando a estratégia de utilizar a imagem de cardeais no PSDB em suas campanhas. Enquanto Doria se associa a uma parte da família do governador André Franco Montoro (morto em 1999) e também do governador Geraldo Alckmin, que o apoia, Matarazzo tem a seu lado figuras como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra.
Em evento realizado na segunda-feira, no bairro de Higienópolis, região comercialmente valorizada da capital paulista, Tripoli subiu em um palco decorado com uma grande projeção do governador Mário Covas, que foi citado em praticamente todos os discursos. Marcaram presença o presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, e o recém-eleito líder da oposição na Câmara dos Deputados, Miguel Haddad. Tripoli estima que cerca de 400 militantes compareceram ao encontro.
Apesar de evocar o peso político da família Covas, Tripoli afirmou que faz uma campanha voltada à militância e fez críticas indiretas aos adversários da disputa interna que, segundo ele, dão importância demais a apoios dos líderes do partido. "O pessoal fica muito nesse negócio de apoio, põe foto, artistas. Isso não vota", disse o deputado. "A militância que vai fazer falta [para os adversários]. Eu não preciso ser apresentado para o filiado. Todos me conhecem. Isso me ajuda muito". Mesmo sem citar nomes, Ricardo Tripoli fazia referência ao empresário João Doria Jr., que tem sido criticado pelos adversários tucanos.
(Com Estadão Conteúdo)
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