A presidenta Dilma Rousseff ganhou nesta quarta-feira (17) a primeira batalha na discussão do impeachment após o retorno do recesso do Congresso – mas a vitória foi apertada.
Seu aliado, o deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ), foi mantido no cargo de líder do seu partido na Câmara dos Deputados, após bater o adversário, Hugo Motta (PMDB-PB), cuja candidatura era patrocinada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos principais adversários de Dilma.
O resultado, no entanto, mostrou que o PMDB da Câmara segue desunido: 37 parlamentares votaram em Picciani, 30 em Motta e dois se abstiveram.
Para garantir sua reeleição como líder, Picciani até mesmo convocou deputados licenciados a reassumirem seus cargos momentaneamente, como o ministro da Saúde, Marcelo Castro, e o secretário de Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho.
A vitória de Picciani era fundamental para Dilma porque são os líderes dos partidos que escolhem os membros da comissão especial da Câmara - que terá 65 integrantes - que emitirá um parecer recomendando ou não a abertura de um processo de impeachment contra a presidente – e o PMDB é o partido com direito a mais indicações, ao lado do PT (oito cada).
Na prática, porém, o novo líder não deve ter forças para indicar apenas parlamentares contrários ao impeachment, tendo que ceder e negociar algumas indicações com a ala do PMDB que quer a queda da presidente – liderada por Cunha.
O próprio deputado reconheceu que terá que dialogar com os partidários do impeachment. Após sua eleição, Picciani declarou que vai "contemplar todas as correntes do PMDB nas indicações para compor a comissão que analisará a questão".
(Fonte: BBC)
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