A CPI do Futebol aprovou nesta quarta-feira um convite para que o presidente em exercício da CBF, Antônio Carlos Nunes, preste depoimento em Brasília na condição de testemunha. O requerimento foi apresentado pelo senador Romário (PSB-RJ), presidente da comissão, e o depoimento ainda não tem data marcada. Mais conhecido como coronel Nunes, o dirigente assumiu a entidade no mês passado, quando Marco Polo del Nero tirou nova licença para se dedicar à defesa das acusações de corrupção feitas pelo FBI.
Nunes, de 79 anos, foi coronel da Polícia Militar e era ex-presidente da Federação Paraense de Futebol até ser eleito um dos vice-presidentes da CBF em uma eleição muito contestada e, posteriormente, alçado ao posto de presidente interino, em substituição a Marco Polo Del Nero. Sua entrada na presidência da CBF foi apontada pelos opositores de Del Nero como uma manobra para que o dirigente paulista se mantivesse no poder mesmo com o afastamento.
A CPI também aprovou nesta quarta a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (mensagens eletrônicas) de Carolina Galan, ex-namorada de Del Nero. Ex-apresentadora da TV FPF, na Federação Paulista de Futebol, Carolina recebeu 1,1 milhão de reais em doação de Del Nero, em 2014.
O diretor executivo da CBF, Rogério Caboclo, também teve aprovada pela CPI quebra dos seus sigilos. Ele foi diretor financeiro e responsável por cuidar do dinheiro da CBF durante parte da gestão de José Maria Marin, que está em prisão domiciliar nos Estados Unidos sob acusação de receber propina e suborno. Durante o período em que Del Nero foi presidente da FPF, Caboclo também foi diretor financeiro.
Os outros alvos da CPI foram homens de confiança do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira que ocuparam cargos estratégicos na entidade durante parte da gestão do dirigente. Foram requeridas informações bancárias e fiscais do ex-diretor financeiro Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, apelidado de Zozó, do período de 17 de maio de 2007 até 27 de maio do ano passado.
Já o ex-tesoureiro Ariberto Pereira dos Santos e o ex-secretário-geral Júlio Avelleda tiveram seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático quebrados no período de 1º de janeiro de 2010 a 13 de maio de 2015. A CPI também aprovou a transferência das informações período de 17 de maio de 2007 a 31 de maio de 2015 de Wagner José Abrahão, empresário do setor de turismo e eventos e parceiro de longa data da CBF.
Sob suspeita de superfaturamento, a compra da nova sede da CBF, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, é outro foco da CPI. Por isso, a Zayd Empreendimentos, que participou do negócio, será investigada pelos senadores. Nesta quarta, os parlamentares aprovaram um requerimento para viabilizar a transferência das informações bancárias e fiscais de Rita de Cássia Rodrigues Moreira, administradora da empresa.
(com Estadão Conteúdo)
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