A premissa de Boneco do Mal envolve um boneco que, ao que tudo indica, está possuído por forças malignas, algo já visto em outros filmes desde Chucky, até o mais recente Annabelle. Mas este não é o único clichê do gênero do terror que aparece no longa em cartaz no Brasil, que, por falta de originalidade, é previsível e não assusta.
O longa conta a história da jovem americana Greta (Lauren Cohan, de The Walking Dead), que, fugindo de um relacionamento abusivo, aceita um emprego como babá no interior da Inglaterra. Ao chegar à mansão (enorme, assustadora e isolada), ela descobre que Brahms, o garoto de oito anos que deveria cuidar, é um boneco que todos tratam como uma criança de verdade. A protagonista inicialmente acha que é uma piada, e ignora todas as ordens sobre o boneco, até que eventos inexplicáveis começam a acontecer.
O único humano com quem Greta tem contato é o entregador Malcolm (Rupert Evans), que aos poucos revela histórias sobre o passado da casa e do boneco, que na verdade é uma forma dos patrões da jovem superarem a perda do filho, que morreu há 20 anos em um incêndio, mas cujo corpo nunca foi encontrado. O garoto, aliás, também não era lá muito bonzinho quando vivo.
Um passado sombrio e o boneco amaldiçoado se unem a outros elementos tradicionais de do terror. Afinal, quem aceita trabalhar em uma mansão que só falta ter uma placa escrita assombrada na porta? Ou quem nunca viu um sótão misterioso e fechado - que só abre no momento ideal? Também fazem parte da composição dezenas de animais empalhados; objetos que somem; pesadelos sobrenaturais; sombras nos corredores; telefonemas estranhos; uma cena no chuveiro; e uma rigorosa lista de regras.
Este não é o primeiro filme de terror do diretor William Brent Bell, responsável também por Filha do Mal e Stay Alive - O Jogo Mortal. Portanto, ele sabe como produzir um longa dentro dos moldes do gênero, com cenas escuras e inicialmente lentas, que abusa de closes no rosto da protagonista, ou em objetos, que dão a impressão de que Greta está encurralada mesmo em uma casa tão grande.
A falta de originalidade e o roteiro fraco farão os fãs do estilo bocejar. Todo o clima de suspense criado no começo do filme logo é quebrado no segundo ato, quando a protagonista aceita o boneco e assume uma postura maternal, que chega até a ser cômica. Essa mudança no clima da trama deixa previsível o que acontecerá em seguida, e praticamente tira a atenção do que realmente esconde o pequeno Brahms. O filme reserva uma última surpresa para o final, mas, nessa altura, o terror já deixou de assustar o espectador faz tempo.
(Fonte: Veja.com)
Mín. 22° Máx. 39°