O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, agendou nesta quinta-feira o depoimento dos principais lobistas investigados na Operação Zelotes. Eles são acusados de organizar uma quadrilha que subornava agentes públicos no Executivo e no Legislativo para conceder incentivos fiscais a montadoras de automóveis, por meio de medidas provisórias, e outras empresas com a redução de multas tributárias no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Uma delas, a siderúrgica Gerdau, foi alvo da sexta-fase da Operação Zelotes, deflagrada nesta manhã.
Os depoimentos dos réus na primeira ação penal derivada da Zelotes começarão no dia 8 de março, com a oitiva de José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Carf, e Alexandre Paes dos Santos, o APS. Presos na Papuda, os dois também vão depor nesta quinta na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, por causa do inquérito paralelo que investiga o envolvimento da Gerdau no esquema. Acusada de tentar sonegar 1,5 bilhão de reais, a companhia negou irregularidades.
No dia 9 de março, será a vez de Eduardo Gonçalves Valadão e Mauro Marcondes Machado, o ex-representante da indústria automobilística que dizia ter proximidade com o ex-presidente Lula e pagou 2,5 milhões de reais por contratos de consultoria com a empresa de marketing esportivo de um filho do petista, Luís Cláudio Lula da Silva. Até agora, apenas a mulher de Marcondes, Cristina Mautoni, havia prestado depoimento na ação penal. Ela confirmou os pagamentos a Luís Cláudio. O réu Halysson Carvalho Silva também depôs, mas o processo contra ele corre em separado.
No dia 10, vão depor Francisco Mirto, Fernando César Mesquita e Paulo Arantes Ferraz. No dia 11, Lhyta Spíndola e seus filhos Vladimir e Camilo Spíndola. E no dia 14, Eduardo de Souza Ramos e Robert Rittscher. Ao todo, seis dos dezesseis réus denunciados inicialmente continuam presos preventivamente.
Políticos - O magistrado autorizou que o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que foi relator da MP 471/2009, uma das investigadas, responda por escrito às perguntas que lhe forem feitas, na condição de testemunha arrolada pela defesa de APS. A Justiça já havia tentado ouvir o parlamentar por duas vezes, sem sucesso. Aleluia afirma que é parlamentar de oposição e informou ao juiz que não pode contribuir com o processo. Os deputados Luiz Carlos Busato (PTB-RS) e Mendes Thame (PSDB-SP) também poderão responder por escrito.
Também vão depor no processo como testemunha, por carta precatória, o governador de Goiás, Marconi Perillo, o prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio Neto (PSDB), e o prefeito de Catalão (GO), Jardel Sebba, todos do PSDB.
(Fonte: Veja.com)
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