Pentacampeão da Stock Car, Cacá Bueno disse nesta segunda-feira estar aliviado com a revelação de que comissários da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) são suspeitos de ter lhe prejudicado propositadamente em provas da categoria, ao determinar punições para que perdesse pontos. O piloto se disse perseguido e acredita que o caso pode significar o início de uma limpeza na entidade. Os fiscais envolvidos no caso, o auxiliar de comissário Paulo Ygor Dias e o ex-fiscal Clóvis Matsumoto, foram afastados pela CBA.
Uma reportagem publicada nesta segunda pelo jornal Folha de S. Paulo revelou que os profissionais da CBA mantinham um grupo de mensagens no aplicativo WhatsApp em que ironizavam ter punido pilotos e comemoravam ter feito ameaças e aplicado desclassificações a alguns competidores, principalmente Cacá Bueno. Em tom debochado, Matsumoto e Dias chegaram a afirmar impediram que Cacá fosse campeão da categoria.
"Convivo no mínimo há 15 anos com esses problemas. Agora se tornou público, então sinto alívio. Antes o público me via apenas como alguém que reclamava demais. A revelação não me surpreendeu. É um assunto que a gente sempre escuta falar". Cacá Bueno alega que por ter sido prejudicado por fiscais, perdeu campeonatos e deixou de ganhar premiações e patrocinadores.
Os comissários têm como algumas das atribuições verificar especificações dos carros, analisar a conduta dos pilotos em disputas na pista e, de acordo com o regulamento, aplicar possíveis punições para irregularidades, seja com a perda de pontos ou a desclassificação da prova.
O piloto da Red Bull explicou que por sempre ter reclamado da atuação dos fiscais e questionado publicamente as decisões deles, acabou por motivar a retaliação desses comissários. Em 2015, por exemplo, Bueno foi suspenso por uma prova pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do Automobilismo por criticar fiscais pelo rádio da equipe a CBA ao fim da etapa de Ribeirão Preto, quando a direção de prova esqueceu de dar a bandeira quadriculada e os dois primeiros colocados continuaram a disputar posições mesmo com a corrida já encerrada.
Bueno afirmou ainda não ter planejado se vai acionar a Justiça, porém garantiu que vai continuar na categoria. "Estou enojado com o assunto, mas espero que isso seja uma luz no fim do túnel. A CBA precisa de comissários melhores nos autódromos", comentou. Seu pai, o narrador da Rede Globo Galvão Bueno já anunciou em suas redes sociais que irá processar os fiscais citados pela Folha. A próxima temporada começa no domingo, em Curitiba.
(com Estadão Conteúdo)
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