O ministro José Eduardo Cardozo (PT), deslocado da Justiça para a Advocacia-Geral da União, afirmou nesta quinta-feira que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo Dilma Rousseff, não tem "credibilidade" e pode estar retaliando o PT no cardápio de revelações que apresentou à força-tarefa da Lava Jato ao decidir firmar acordo de delação premiada. O acordo ainda não foi homologado.
"O senador Delcídio, lamentavelmente, depois de todos os episódios, não tem credibilidade para fazer nenhuma afirmação", disse Cardozo. "O senador Delcídio, com quem sempre tive excelentes realções, não tem primado por dizer a verdade. Ele não disse a verdade naquela fita, que todos conheceram, disse que falava com ministro do Supremo e não falou, depois dizia que não tinha feito delação premiada... Se fez, não sei o que ele pode ter dito. Mas se for o que estão dizendo, que havia uma articulação para nomear juízes, isso é um verdadeiro absurdo. Tanto que estão presos os réus. Nós nomeamos mais de metade do STJ, cinco ministros do STF e estão todo presos."
Cardozo negou que tenha atuado, a pedido de Dilma, para influenciar a indicação de ministros do Superior Tribunal de Justiça. "Seguramente isso nunca existiu", disse Cardozo.
O novo advogado-geral da União também afirmou que o governo e o PT recebeu "recados", por meio de notas em jornais e colunas, de que "se o governo não agisse para tirar Delcídio da prisão ele faria retaliações". "Há uma forte possibilidade de ser uma retaliação, até porque isso foi anunciado previamente, que se o governo não fizesse nada para ele sair da cadeia ele retaliaria", disse.
O novo titular da Justiça, Wellington César Lima e Silva, afirmou que se pronunciará à tarde sobre a Polícia Federal e a delação de Delcídio por causa "da sensibilidade do temas".
(Fonte: Veja.com)
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