A revista ISTO É divulgou a afirmativa que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) teria feito acordo de delação premiada junto ao grupo de trabalho da Procuradoria Geral da República e citado os nomes do ex-presidente Lula e também da presidente Dilma Roussef (PT). Segundo a publicação, teria sido Lula o “mentor” do encontro entre o ex-líder do governo no Senado e o Bernardo Cerveró, filho de Ernesto Cerveró. A assessoria de imprensa de Amaral negou a informação e afirmou que Delcídio está internado para fazer exames e que falará com a imprensa somente na próxima terça-feira (8).
De acordo com a assessoria, isso seria mais um “delírio da imprensa, como tantos outros que o senador viu nos últimos 90 dias. A prioridade dele é cuidar da saúde e se defender no Conselho de Ética e é isso que ele vai continuar fazendo
A revista ainda colocou o senador como “sem partido”, outra informação que foi desmentida pela assessoria, visto que Delcídio ainda está no PT que afirmou que vai esperar a defesa do senador perante o Senado para só depois tomar qualquer posicionamento sobre uma possível expulsão, conforme noticiou o Jornal O Estado Online nesta quinta-feira (3).
Ex-líder teria falado também do nome de Dilma
Segundo a publicação, as primeiras revelações de Delcídio seriam parte de um documento preliminar da colaboração, onde ele teria indicado temas e nomes que seriam citados em futuros depoimentos. Ele também teria acusado a presidente Dilma Rousseff de atuar três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, pontuou a revista como sendo parte da possível delação.
Em conversa com a reportagem, Delcídio negou com veemência a existência de uma delação premiada, conforme foi publicado em entrevista na última segunda-feira (29).
Delação de Delcídio teria poder de “implodir” Governo Dilma
A notícia de que senador Delcídio do Amaral teria feito uma delação premiada é considerada por parlamentares como a gota d’água para o impeachment ao mesmo tempo em que é vista com ressalvas pelos parlamentares da base. Ainda não homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a suposta delação causou grande impacto político em Brasília. A assessoria do parlamentar prometeu apresentar nota desmentindo a reportagem pois os advogados ainda estavam investigando as origens do suposto documento apresentado pela revista Istoé. A nota diz que não reconhece a “veracidade” dos documentos apresentados, porém em momento nenhum nega a existência de delação premiada, diferente do que Delcídio teria afirmado em entrevista anteriormente.
“Se essa delação for verídica, e tudo leva a crer que é, não se segura mais o impeachment. O PT tem que passar por uma avaliação enquanto partido e pela sociedade pois ele interferiu no Judiciário. É um absurdo um partido indicar um ministro para garantir habeas corpus, o Lula ter interferido para calar o Marcos Valério e que a Dilma pediu para o Delcídio costurar acordos. Agora não dá mais para segurar”, afirmou o deputado federal Elizeu Dionizio (PSDB)
Aliado do Governo Federal, o deputado federal Dagoberto (PDT) acusa a revista de forjar o documento. “Isso é mentira. É essa a informação que tenho. Agora estamos esperando uma manifestação do Delcídio”, desconversou Dagoberto.
Até a base reconhece que notícia é uma “bomba” para o PT
Na opinião do deputado Zeca do PT, mesmo que inverídica, a reportagem causou grande impacto no governo. “Essa delação, ainda que não aprovada pelo STF, se transformou em uma bomba. Ele fez o acordo, pediu seis meses de sigilo, o Teori não aceitou e vazaram o documento. Ainda é cedo para julgar os impactos dessa notícia. Quero esperar novos fatos” disse Zeca.
Para o deputado Geraldo Resende agora, a permanência da presidente Dilma torna-se insustentável. “Não existem mais condições morais, éticas ou políticas para a Dilma se manter na presidência. Esse foi o fato mais importante dos últimos tempos e dá um grande fôlego ao movimento pelo impeachment. Agora esperamos que a população vá para as ruas no dia 13 de março. O povo cansou. No dia 12, o PMDB vai se reunir e tenho certeza que a ala oposicionista vai crescer e devemos nos desvencilhar do governo. Esse delação é do tamanho daquela do Pedro Collor que fez cair o ex-presidente e atual senador Fernando Collor”, explicou Geraldo Resende (PMDB).
(Fonte: O Estado Online)
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