O vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e a 24ª fase da Operação Lava Jato impulsionaram a oposição a se organizar em favor do impeachment.
A partir desta semana um grupo de partidos, como PSDB, PPS e DEM, iniciam um processo de obstruçãopara pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a instalar a comissão que vai analisar o pedido de impedimento de Dilma.
No fim da semana passada, os partidos já previam dificultar as votações. O objetivo, porém, era fazer com que Cunha, após ter se tornado réu na Lava Jato se afastasse do cargo de presidente da Casa.
Os oposicionistas também trabalham por apoio popular nas ruas, com protestos, e buscam uma reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski para tratar do assunto e pressionar por uma definição da corte sobre rito do impeachment.
Mesmo que a corte publique o acórdão do julgamento do rito na terça-feira (8), como é esperado, ainda faltará a análise dos recursos apresentados por Cunha, nos quais elequestiona parte dos procedimentos e pede regras claras.
Para a oposição, a comissão deve ser instalada independentemente da definição da corte sobre os recursos.
"A oposição está toda mobilizada. Não há dúvida que tanto o processo do impeachment quanto a ação do TSE ganharam força", disse o deputado Antonio Imbassahy (BA), líder do PSDB na Câmara.
O líder líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), corrobora a manifestação de Imbassahy. “A estratégia é colocar o processo do impeachment para rodar logo.”
Neste interim, os planos da presidente Dilma Rousseff para março foram por água abaixo. A expectativa do governo era aprovar ainda este mês a CPMF e outros projetos do ajuste fiscal.
"Sem chance de votar qualquer medida econômica agora. Temos uma questão mais urgente”, emendou Pauderney.
Estratégia
Para enfrentar toda essa artilharia que aponta para o governo, a presidente Dilma e o ex-presiente Lula se encontram nesta segunda-feira (7), em Brasília. Na pauta, conversas políticas mais pragmáticas e acertos do caminho, lado a lado, que ambos precisam seguir, neste momento, para enfrentar a crise política que está instalada e que atinge aos dois.
Na conversa de sábado, em que estavam presentes inúmeros interlocutores dos dois lados, a presidente se solidarizou com o ex-presidente e seus familiares e "repudiou" a decisão considerada como "exagerada" e "midiática" de promover a condução coercitiva de Lula para depor.
Dilma reiterou estar "inconformada" com o que aconteceu e ouviu de Lula e seus familiares, relatos do que foi classificado como "abusos" cometidos pela Polícia Federal.
(Com Estadão Conteúdo)
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