A Fifa solicitou nesta quarta-feira à Justiça dos Estados Unidos uma indenização de 5,3 milhões de dólares (quase 20 milhões de reais) aos cartolas brasileiros Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira pelos danos causados à entidade referentes ao abuso de suas posições para enriquecimento pessoal nos casos de corrupção em que são acusados, gastos excessivos com o dinheiro da Fifa, além do impacto à imagem e à reputação da organização que rege o futebol mundial. O documento, no entanto, pede o reembolso a todos os 41 dirigentes envolvidos no sistemático escândalo descoberto em maio do ano passado pelo FBI.
O presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira, foram membros do Comitê Executivo da Fifa por anos e, segundo a entidade, o valor a ser devolvido pelos dirigentes, respectivamente, seria de 1,67 milhão de dólares e 3,5 milhões de dólares. Já o sucessor de Teixeira na CBF, José Maria Marin, que está em prisão domiciliar na cidade de Nova York, terá de devolver 114 mil dólares, mas como nunca foi membro do Comitê Executivo da Fifa entra numa conta inferior da entidade.
Del Nero e Teixeira foram indiciados pela Justiça americana por suspeitas de terem cobrado propinas milionárias em contratos com empresas de marketing e de televisão. Se deixarem o Brasil, serão presos e entregues ao FBI. José Maria Marin, ex-presidente da CBF, aguarda o julgamento do seu processo em Nova York.
No documento apresentado às autoridades americanas, a Fifa argumenta que foi vítima perante os pagamentos de propina e subornos e que os dirigentes acusados são de fato responsáveis pelos atos ilícitos. A estratégia da entidade com a indenização é se desvencilhar de qualquer relação com os cartolas, afirmando não ter tido nenhum envolvimento com o escândalo.
"Os réus condenados abusaram das posições de confiança que eles tinham na Fifa e em outras organizações internacionais do futebol e causaram danos sérios e duradouros para a Fifa, seus membros associados e à comunidade do futebol. O dinheiro que eles se apropriaram pertencia ao futebol mundial e tinha significado para o desenvolvimento e a promoção do jogo. A Fifa, como a entidade máxima do futebol, quer que o dinheiro volte, e nós estamos determinados a conseguir isso não importa o quanto demorar", afirmou em comunicado o presidente recém-eleito Gianni Infantino.
(Com Estadão Conteúdo)
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