Um dia depois da revelação da íntegra de seu acordo de delação premiada, o senador e ex-líder do governo Delcídio do Amaral foi derrotado no Supremo Tribunal Federal (STF) e não conseguiu suspender o processo de cassação que tramita contra ele no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O relator do caso, ministro Celso de Mello, negou liminar em que Delcídio buscava paralisar a tramitação do processo em que é acusado de quebra de decoro por ter atuado junto a Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
A atuação de Delcídio junto à família Cerveró foi avaliada pela justiça como uma tentativa de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e foi o principal argumento que levou o STF a decretar a prisão do senador, em novembro do ano passado. Em seu acordo de delação premiada, porém, o congressista disse que partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ordem para comprar o silêncio do ex-dirigente da Petrobras.
Ao tentar parar o processo de cassação no Senado, Delcídio do Amaral havia afirmado ao STF que estaria sendo alvo de constrangimento ilegal entre outros pontos porque estaria sendo julgado mesmo de licença médica, porque o relator do caso, Telmário Mota (PDT-RR), supostamente não ser isento para conduzir o caso e pelo fato de o Conselho de Ética ter dado seguimento à leitura do relatório prévio de admissibilidade da cassação antes de uma suposta necessidade de intervenção da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A avaliação da defesa de Delcídio era de que a CCJ deveria converter o caso em diligências, já que o senador questiona, por exemplo, a legalidade das provas colhidas a partir das escutas ambientais gravadas por Bernardo Cerveró. O Conselho de Ética se reúne na tarde desta quarta-feira para votar o parecer preliminar sobre a cassação do congressista.
(Fonte: Veja.com)
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