A ex-senadora Marina Silva, líder da Rede Sustentabilidade e candidata derrotada nas eleições presidenciais de 2014, defendeu que a solução para a crise política instalada no país é a cassação da presidente Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira, Marina disse que o impeachment "não cumpre com a finalidade de resolver a crise e de passar o Brasil a limpo", uma vez que o PMDB assumiria o governo. "A metade que patrocinou a crise estará lá, que é o PMDB. O PMDB, durante 12 anos, como irmão siamês do PT, indicou diretores para a Petrobras e tomou decisões políticas que nos levará à crise", criticou.
Líder nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2018, Marina seria a principal beneficiada com a convocação de novas eleições caso o TSE decida cassar a chapa-Dilma-Temer. Apesar disso, a ex-senadora avaliou como "precipitado" se colocar na fila de eleição. "O mais importante não é quem está à frente ou quem está atrás. É que está apenas com 16% [de pessoas que consideram que o governo Michel Temer seria "bom" ou "ótimo"] quem está querendo ser o polo que vai resolver o problema da nação", disse ao jornal.
Questionada sobre se tem medo de ter pouco apoio no Congresso Nacional, se vier a assumir a presidência da República, Marina rebateu usando as acusações feitas por Dilma durante as eleições de dois anos atrás. "Por incrível que pareça, tudo que foi projetado a mim [quando foi acusada de não ter capacidade de aglutinar apoios] agora acontece sobre quem projetou". E completou: "Se não tivermos uma atualização da politica, quem quer que seja terá dificuldade de governar. Tanto é que aqueles que ganharam com um condomínio de partidos não estão conseguindo governar."
Lava Jato - Na opinião da ex-senadora, a Operação Lava Jato "tem dado grande contribuição" ao país. Segundo ela, a política foi encarada durante esses anos "como sinônimo de ascensão econômica e social" e a operação da Polícia Federal veio no sentido de dar um basta nisso, "trazendo a Justiça para restabelecer os parâmetros legais".
Sobre o ex-presidente Lula e sua nomeação para o ministério da Casa Civil, Marina disse que, em um primeiro momento, entendeu que a decisão criou a figura do primeiro-ministro em um regime presidencialista, mas que, depois, entendeu que essa atitude foi combustível para o aprofundamento da crise. "É preciso fazer adequadamente a leitura das ruas, que tinham acabado de se manifestar, dizendo que não estão satisfeitas com o que está aí", disse.
(Fonte: Veja.com)
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