O Conselho de Ética do Senado aprovou em sessão na manhã de hoje as oitivas de três testemunhas no processo de cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). O filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, o advogado Edson Ribeiro e o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, tiveram os depoimentos marcados para a tarde da próxima terça-feira. A presença das testemunhas não é obrigatória.
Bernardo Cerveró foi o pivô da prisão do ex-líder do governo no Senado, em novembro de 2015, quando entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) a gravação de uma conversa com Delcídio em que o senador buscava desencorajar a delação premiada de Nestor Cerveró por meio de ajuda financeira à família, influência junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e até maquinando um insólito plano de fuga do ex-diretor da Petrobras à Espanha. Assim como Delcídio do Amaral, que passou 87 dias preso, Edson Ribeiro e Diogo Ferreira também foram presos.
Delcídio não prestou depoimento ao conselho porque renovou pela segunda vez o pedido de licença. O senador já havia apresentado sua defesa prévia e, como os trabalhos do Conselho não dependem do depoimento em si, o processo que deve resultar na perda do mandato pode ter continuidade normalmente. O Conselho de Ética marcou para o dia 7 de abril um novo depoimento de Delcídio.
Antes de deliberarem a respeito dos requerimentos para depoimentos de testemunhas, os senadores que compõem o colegiado criticaram e puseram em dúvida o segundo atestado médico de Delcídio do Amaral. Segundo o relator do processo de cassação de Delcídio, senador Telmário Mota (PDT-RR), "normalmente, um servidor, quando pega 15 dias, e o senador Delcídio já pegou 15 dias, os outros 15 dias têm que ser através de uma junta médica. Ou seja, estamos aqui abrindo uma grande exceção, porque hoje ele deveria estar apresentando um atestado expedido por uma junta médica".
Em entrevista Delcídio do Amaral revelou com exclusividade a atuação do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff para barrar as investigações do petrolão e disse que Lula "comandava o esquema". O senador confirma que Dilma e o ex-ministro da Justiça e atual advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, atuaram para travar as investigações da Lava jato. "Dilma costumava repetir que tinha cinco ministros no STF. Era clara a estratégia do governo de fazer lobby nos tribunais superiores e usar ministros simpáticos à causa para deter a Lava Jato", disse o ex-líder do governo.
(Fonte: Veja.com)
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